Socorristas ainda tentam retirar vítimas de hotel na Itália
Apesar do trabalho ininterrupto nos escombros do hotel Rigopiano, em Farindola, na província de Pescara, na Itália, as equipes de resgate não conseguiram retirar as vítimas da avalanche que atingiu o local na última quarta-feira (18).
As condições de trabalho são extremas, com temperaturas abaixo de zero e nevascas temporárias, e os bombeiros e membros da Defesa Civil só tem pás e as próprias mãos para escavar o local - já que o uso de equipamentos mecânicos traria riscos à vida dos profissionais. Cães farejadores ajudam a tentar localizar onde estariam as vítimas do desastre.
"Desde ontem estamos trabalhando em condições difíceis na busca por sobreviventes. Os cães buscam pelos cheiros, mas precisamos escavar 4, 5 metros de neve antes de chegar ao chão", informou o responsável pelos socorristas de Valdossola, Matteo Gasparini.
Além dos especialistas de Valdossola, há profissionais das comunas de Canavese, Cúneo, Mondovì, Valsusa e Valsangone. Essas equipes chegaram ao local na quinta-feira (19) após solicitação da Coordenação Nacional da Defesa Civil da Itália.
Outros cinco carros com equipamentos e bombeiros partiram na madrugada desta sexta-feira (20) de outras regiões do centro da Itália.
"Uma coisa inacreditável, foi chocante, nunca vi nada do tipo", disse o membro do Socorro Alpino, Christian Labanti. "Nós conseguimos completar alguns passos, mas aí encontramos um muro de neve e escombros", completou Labanti.
O número de pessoas que estava no Rigopiano na hora do acidente é incerto. O subsecretário regional de Pescara, Mario Mazzoca, informou que devem ser 35 pessoas - entre hóspedes e funcionários. As equipes de buscas trabalham com a informação de que há entre 25 e 30 feridos, já que três pessoas já foram retiradas com vida logo após a chegada dos socorristas e outros três corpos foram encontrados.
A Procuradoria de Pescara já abriu uma investigação por homicídio culposo, quando não há a intenção de matar sobre a avalanche que destruiu o hotel. De acordo com os sobreviventes, todos os hóspedes e funcionários já estavam no hall de entrada e esperavam por um caminhão limpador de neve para poder abandonar o local. Eles estavam assustados com a série de terremotos que atingiu o país naquela quarta-feira e foram orientados a deixar o hotel.
No entanto, com a demora do caminhão, que deveria ter chegado às 15h (hora local), eles ficaram esperando no interior do prédio. Por volta das 17h30, a avalanche atingiu em cheio o estabelecimento, que foi arrastado por mais de 10 metros.