Talibãs reivindicam autoria de ataque a hotel de luxo em Cabul

Publicado em 21/01/2018 - 08:35 Por Da Agência EFE - Cabul

Os talibãs reivindicaram neste domingo (21) a autoria do ataque ao luxuoso Hotel Intercontinental de Cabul, ontem (20) à noite, que deixou pelo menos dez mortos, entre eles um estrangeiro e quatro agressores.

"Dezenas de estrangeiros e mercenários do inimigo morreram no ataque suicida em Cabul, no Hotel Intercontinental, contra uma reunião do inimigo", afirmou o porta-voz talibã Zabihullah Mujahid em sua conta no Twitter.

Em comunicado, o porta-voz disse que no momento do ataque o estabelecimento estava "cheio" de americanos e cidadãos de outros países "invasores".

Segundo a nota, os agressores - cinco - identificaram "cuidadosamente" suas vítimas e mataram os cidadãos dos países "invasores" e os membros do governo afegão.

"Os integrantes da reunião, que teve a participação de oficiais da Administração de Cabul e americana, foram também atacados", detalhou o porta-voz, em referência a uma conferência sobre tecnologia da informação que era realizada no hotel, organizada pelo governo afegão.

A ação começou por volta das 21h (hora local de sábado, 14h30 em Brasília) no hotel, situado no alto de uma colina, a oeste da capital afegã, e desencadeou enfrentamentos que se prolongaram durante cerca de 12 horas.

O hotel, que já foi alvo de um ataque similar em 2011, quando morreram 21 pessoas, é frequentado por estrangeiros e afegãos ricos e, frequentemente, acolhe festas privadas e eventos oficiais como entrevistas coletivas, seminários e conferências.

Cabul foi alvo em 2017 de graves ataques insurgentes.

No final de maio, ocorreu na cidade o pior atentado no Afeganistão desde a queda do regime talibã com a invasão americana em 2001. Um caminhão cheio de explosivos deixou 150 mortos e mais de 300 feridos.

Desde o final da missão de combate da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) em janeiro de 2015, o governo de Cabul foi perdendo terreno diante dos insurgentes, até controlar apenas 57% do país, segundo o Inspetor Especial Geral para a Reconstrução do Afeganistão do Congresso dos Estados Unidos.

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