Suspeitos presos armaram drones, diz ministro venezuelano
Segundo Reverol, os seis são suspeitos de ter armado dois drones com explosivos para atacar o presidente, quando ele assistia, em um palanque, ao desfile comemorativo do aniversário da Guarda Nacional.
Uma explosão interrompeu o discurso de Maduro, que estava no palanque com a mulher, Cilia Flores, e membros do Alto Comando das Forças Armadas. Imagens gravadas mostram o presidente e o grupo olhando para o céu e, em seguida, uma debandada dos participantes. De acordo com as autoridades, sete soldados ficaram feridos.
“Foi um atentado para me matar. Tudo aponta para a ultradireita venezuelana, aliada da ultradireita colombiana”, disse Maduro. Ele acusou o presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, que nesta terça-feira (7) entrega o cargo a seu sucessor, Iván Duque, de estar “por trás” do ataque.
Um grupo pouco conhecido, “Soldados de Flanela”, integrado por ex-militares, postou mensagem no Twitter dizendo que a operação consistia em sobrevoar o palco presidencial com “dois drones carregados com [explosivos] C4”. Segundo o texto, “franco-atiradores derrubaram os drones antes que chegassem ao objetivo”. De acordo com a mensagem, ficou demonstrada a vulnerabilidade das autoridades venezuelanas: “Não conseguimos hoje, mas é questão de tempo”.
O governo venezuelano vinculou os “Soldados de Flanela” a outro grupo, liderado por Óscar Pérez, um ex-piloto e ex-policial que, em junho do ano passado, roubou um helicóptero e disparou contra os prédios do Ministério do Interior e do Superior Tribunal. Pérez disse que apoiava a causa dos milhares de venezuelanos que, naquele ano, saíam as ruas em protesto contra o crescente autoritarismo do governo Maduro.
Em janeiro deste ano, Pérez filmou seu grupo em um esconderijo, cercado pelas forças de segurança venezuelanas, que atiravam contra o prédio. Ele morreu no enfrentamento.
Ao comentar o episódio de sábado, o secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luis Almagro, disse que a entidade sempre condenou o uso da violência para fins políticos, mas deu a entender que não confia na versão de que Maduro tenha sido vítima de um atentado. “A nula credibilidade do regime de Maduro impede saber a verdade do que aconteceu”, escreveu Almagro, em sua conta no Twitter.
A Frente Ampla, que reúne partidos da oposição, emitiu comunicado alertando que o governo tentaria tirar vantagem do incidente “para criminalizar aqueles que se opõem [ao regime] de forma legitima e democrática“.
Na Venezuela, circularam também versões de que o ruído que assustou Maduro foi produto de uma explosão de um botijão de gás em um prédio, o que levou a segurança do presidente a disparar contra os drones.
Tanto o governo da Colômbia quanto o dos Estados Unidos negaram qualquer participação no suposto ataque.