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Internacional

Díaz-Canel: resolução na ONU contra embargo é vitória de Cuba e Rússia

Agência EFE
Publicado em 02/11/2018 - 09:16
Moscou
Agência EFE

O presidente de Cuba, Miguel Díaz-Canel, destacou nesta sexta-feira (2) que a aprovação de uma resolução contra o embargo americano na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) é uma vitória tanto do país caribenho quanto da Rússia.

"É uma vitória de Cuba, mas também da Rússia, que sempre nos apoiou na longa luta contra o bloqueio. E uma vitória dos povos que defendem causas justas no mundo", disse Díaz-Canel durante a reunião que manteve com a presidente do Senado russo, Valentina Matviyenko.

O primeiro vice-presidente de Cuba, Miguel Díaz-Canel, em sessão constitutiva da IX legislatura da Assembleia Nacional do Poder Popular
O presidente de Cuba, Miguel Díaz-Canel - Agência EFE/Alejandro Ernesto/Direitos reservados

O presidente cubano  se reunirá hoje com o presidente russo, Vladimir Putin. Ele disse que se trata de uma "visita de emoções" pelo fato de a vitória nas Nações Unidas ter coincidido com sua chegada à Rússia, que apoia a ilha desde os tempos de União Soviética.

Além de reconhecer "o papel importante" da Rússia na arena internacional, na gestão de conflitos e na luta "para acabar" com o unilateralismo, o líder cubano condenou firmemente as sanções aplicadas por países ocidentais contra o Kremlin.

"Estaremos condenando decididamente as sanções unilaterais que os EUA e outros países do Ocidente tentam promover contra a Federação Russa, e também condenamos as tentativas do Ocidente de posicionar tropas da Otan [Organização do Tratado do Atântico Norte] perto das fronteiras russas", comentou Díaz-Canel.

Além disso, o presidente cubano qualificou de "excelentes" as relações bilaterais e ressaltou o "enorme significado" de sua primeira visita à Federação Russa.

"A viagem acontece quatro anos depois da visita de Putin a Cuba, que marcou indubitavelmente uma nova etapa no fortalecimento das relações entre os dois países", acrescentou.

O líder cubano lembrou que Putin lhe recebeu há dois anos, quando ele exercia funções de vice-presidente, e insistiu que manterá "fidelidade às ideias" de Fidel Castro e de seu irmão Raúl.

A presidente do Senado russo, por sua vez, se mostrou "convencida" de que a visita de Díaz-Canel servirá de "impulso adicional para o fortalecimento das relações russo-cubanas".

Ela lembrou que a Rússia tem "um sentimento especial" pelo "valente e heroico povo cubano" e que Moscou estará "sempre próxima" de Cuba e disposta a "dar uma mão".

O líder cubano chegou ontem (1º) a Moscou como parte de uma excursão por vários países, que inclui China e a Coreia do Norte. Ele espera fechar "grandes" acordos comerciais e de investimento, alguns dos quais já foram selados esta semana em Havana e cujo objetivo é contribuir para modernizar a antiquada infraestrutura da ilha.

Segundo informou o Kremlin, a cooperação militar também estará "ativamente" presente na agenda de Díaz-Canel e existe a possibilidade de a Rússia conceder um crédito de US$ 50 milhões a Cuba para a compra de aviões, helicópteros e blindados.