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Internacional

Odebrecht: ex-presidente peruano pede asilo no Uruguai

Agência EFE
Publicado em 18/11/2018 - 18:56
Lima
Ex-presidente peruano Alan García chega à sede do Ministério Público no centro histórico  de Lima
© Ernesto Arias/EFE/direitos reservados
Agência EFE

O ex-presidente peruano Alan García pediu asilo político na embaixada do Uruguai em Lima depois de ser proibido de sair do país por 18 meses, enquanto é investigado por corrupção dentro do escândalo da Odebrecht.

O Ministério de Relações Exteriores do Uruguai informou em comunicado que o embaixador do país no Peru, Carlos Alejandro Barros, comunicou ao governo na manhã deste domingo (18) que García foi até a casa do diplomata na noite de ontem (17) para fazer o pedido.

O governo do Uruguai deve agora avaliar o pedido de García, que é investigado pelo promotor José Domingo Pérez, que investiga a corrupção da Odebrecht no Peru. Recentemente, a imprensa peruana revelou que o ex-presidente recebeu, através de um intermediário, US$ 100 mil para realizar uma palestra no Brasil. Ele também é investigado por recebimento de propina durante a construção da Linha 1 do metrô da capital do país.

Ontem, a Justiça peruana acatou um pedido do promotor e proibiu o ex-presidente de sair do país por 18 meses. O juiz que analisou a solicitação Juan Carlos Sánchez Balbuena considerou que havia "elementos suficientes" para apreender o passaporte de García.

Viagem

O caso contra García ganhou força na quinta-feira (15), quando o ex-presidente viajou da Espanha, onde vive atualmente, para o Peru para prestar depoimento ao Ministério Público.

No entanto, pouco antes de chegar ao Ministério Público, o site IDL Reporteros revelou a palestra que teria sido paga com dinheiro de caixa 2 da Odebrecht ao ex-presidente, fazendo com que o promotor Pérez adiasse o depoimento para ampliar as investigações contra García.

Segundo o promotor, García teria cometido outro crime de lavagem de dinheiro nesta nova denúncia.

O objetivo do pedido do promotor é impedir que García saia do Peru e evitar que ele escape do processo, como já fez em 1992, quando se exilou na Colômbia para não ser acusado de enriquecimento ilícito durante seu primeiro mandato como presidente, entre 1985-1990. O crime prescreveu em 2001.