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Internacional

Políticos e artistas peruanos se posicionam contra asilo a Alan García

Da Agência EFE
Publicado em 23/11/2018 - 06:42
Lima
Ex-presidente peruano Alan García chega à sede do Ministério Público no centro histórico  de Lima
© Ernesto Arias/EFE/direitos reservados
Agência EFE

Políticos, artistas e jornalistas do Peru lançaram campanha na internet que pede ao Uruguai que rejeite o pedido de asilo apresentado pelo ex-presidente peruano Alan García, investigado em um suposto caso de corrupção que envolve também lavagem de dinheiro. Ele alega perseguição política.

A campanha divulgou um vídeo nas redes sociais com o nome de #DileNoUruguay (Diga-lhe não, Uruguai) e nele participam o ex-primeiro-ministro Pedro Cateriano, os jornalistas Rosa María Palacios e Augusto Álvarez Rodrich, as atrizes Ebelin Ortiz e Jely Reátegui, a escritora Marina de Althaus e o pintor Ramiro Llona, entre outros.

"Sim, Alan García nasceu no Peru. Sim, Alan García foi presidente do Peru e, sim, o elegemos duas vezes. Mas, Alan García é um perseguido político? Não. Sim, Alan García é advogado. Sim, Alan García é do Partido Aprista. Mas, é um perseguido político? Não", afirmam os participantes.

As personalidades peruanas no vídeo concluem: "Amigas e amigos do Uruguai, Alan García não é perseguido pela política, é perseguido pela Justiça. Permitamos que a Justiça peruana decida".

Alan García ingressou na residência do embaixador uruguaio em Lima no último dia 17 para solicitar asilo, sob o argumento de ser um perseguido político, horas depois de ter recebido o impedimento de saída do país por uma investigação por colusão agravada e lavagem de dinheiro.

O promotor José Domingo Pérez ampliou as investigações contra García após receber indícios de que a Odebrecht pagou a ele US$ 100 mil por uma palestra em São Paulo em 2012, um ano depois de ter concluído o seu segundo governo.

O ex-presidente (1985-1990 e 2006-2011) é investigado por supostamente ter favorecido a construtora brasileira na licitação da Linha 1 do metrô de Lima, cujo chefe de obra, Carlos Nostre, declarou aos promotores que a empresa pagou US$ 24 milhões em subornos a funcionários do seu segundo governo.

O governo peruano comunicou ao Uruguai que não existe perseguição política "de nenhum tipo" contra García, uma vez que no Peru "impera a democracia, o estado de direito e a separação de poderes, assim como a plena vigência dos direitos humanos e liberdades fundamentais".

A chancelaria uruguaia confirmou que recebeu a documentação sobre a solicitação de asilo diplomático e sustentou que "está sendo analisada nos níveis correspondentes".