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Internacional

Trump assina decreto de reforma policial após protestos

Atos contra violência policial começaram após morte de George Floyd
Jeff Mason - Repórter da Reuters
Publicado em 16/06/2020 - 17:57
Washington
Presidente dos EUA, Donald Trump, assina decreto de reforma policial em jardim da Casa Branca
© LEAH MILLIS
Reuters

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta terça-feira (16) um decreto que visa a aprimorar as práticas policiais e disse que os norte-americanos "querem lei e ordem", após enfrentar críticas segundo as quais suas políticas e sua retórica incendiária agravaram o abismo racial no país.

Depois de semanas de protestos contra o racismo e a brutalidade policial desencadeados pela morte de George Floyd, um homem negro de 46 anos morto em 25 de maio sob a custódia da polícia de Mineápolis, Trump ofereceu uma resposta política às preocupações crescentes com a injustiça racial de olho na eleição de 3 de novembro, na qual buscará um segundo mandato.

"Os americanos querem lei e ordem, eles exigem lei e ordem", disse Trump em uma cerimônia no jardim da Casa Branca, antes de assinar o decreto presidencial.

O presidente republicano ofereceu condolências às famílias das vítimas de episódios recentes de violência policial e de outros tipos e prometeu buscar justiça.

Em seus comentários públicos e no Twitter, Trump pediu, por diversas vezes, a repressão dos manifestantes e enfatizou uma reação vigorosa e militarizada aos tumultos sociais provocados pela morte de Floyd e outros. Pesquisas de opinião mostraram o receio generalizado dos norte-americanos com a brutalidade policial.

Veículo blindado e membros da Guarda Nacional dos EUA após protesto em Mineápolis
Veículo blindado e membros da Guarda Nacional dos EUA nas ruas, após protesto em Mineápolis - Reuters/Carlos Barria/Direitos Reservados

Decreto

O decreto presidencial incentiva os departamentos de polícia a utilizarem os padrões mais modernos para uso da força; a aprimorarem o compartilhamento de informações para que policiais de má reputação não sejam contratados sem que seus históricos sejam conhecidos e a acrescentarem assistentes sociais às reações das forças da lei em casos não-violentos, envolvendo usuários de drogas e moradores de rua, disseram autoridades.

Trump reiterou hoje que se opõe aos clamores para se "desfinanciar" a polícia remodelando ou até desmantelando departamentos de polícia. Democratas renomados, incluindo o provável candidato presidencial Joe Biden, não apoiaram tais clamores, mas os republicanos insistem no assunto.

A Câmara dos Deputados dos EUA, de maioria democrata, deve votar até o final deste mês uma legislação abrangente apresentada pelo Caucus Negro Congressual (bancada que defende os direitos raciais) para combater a má conduta policial.

Senadores republicanos devem apresentar sua própria legislação amanhã (17), concentrando-se mais na coleta de dados do que em mudanças de diretrizes em áreas que envolvem força letal.

Os democratas querem permitir que vítimas de má conduta e suas famílias processem a polícia, uma ideia à qual os republicanos se opõem.

*Colaboraram os repórteres Doina Chiacu e David Morgan