logo Agência Brasil
Internacional

Maduro cita papa e pede que Congresso avalie casamento homoafetivo

Ele disse que deixará a tarefa para a próxima Assembleia Nacional
Mayela Armas* - Repórter da Reuters
Publicado em 23/10/2020 - 06:31
Caracas
Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro
© Fabio Rodrigues Pozzebom/Arquivo Agência Brasil
Reuters

O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, pediu nessa quinta-feira que a Assembleia Nacional do país debata o casamento entre pessoas do mesmo sexo durante o próximo mandato que começa no início de janeiro, citando comentários do papa Francisco apoiando a união civil homoafetiva.

As declarações do papa, divulgadas nesta semana, foram o sinal mais claro já utilizado pelo líder da Igreja Católica sobre os direitos das pessoas homossexuais. O casamento gay não é legal atualmente na Venezuela, que é majoritariamente católica, apesar de leis ou de decisões jurídicas em outros países sul-americanos, como a Argentina, o Brasil e a Colômbia, que permitem a união entre pessoas do mesmo sexo. 

"Eu tenho amigos e conhecidos que estão muito felizes com o que o papa disse ontem", afirmou Maduro em um evento com líderes do Partido Socialista antes das eleições legislativas, marcadas para 6 de dezembro. "Eu vou deixar essa tarefa, a tarefa do casamento LGBT, para a próxima Assembleia Nacional".

A Assembleia Nacional está atualmente sob controle da oposição venezuelana. A oposição promete boicotar o processo eleitoral, argumentando que Maduro planeja fraudá-lo para favorecer seu partido. 

*Reportagem adicional de Luc Cohen