Separatistas anunciam referendos sobre integração à Rússia
Os separatistas pró-russos das regiões de Lugansk, Donetsk e Kherson anunciaram nesta terça-feira (20) a realização de referendos sobre a integração dos territórios à Rússia ainda durante o mês de setembro.
Nos últimos dias, as autoridades próximas de Moscou têm procurado acelerar a realização dessas consultas populares, diante dos recentes avanços da contraofensiva ucraniana no Leste do país.
O primeiro anúncio foi dos separatistas pró-russos na autoproclamada República Popular de Lugansk, onde foi aprovada hoje lei para a realização de consulta sobre a adesão daquele território à Rússia.
De acordo com a agência TASS, o referendo em Lugansk deverá ser realizado entre 23 e 27 de setembro.
O mesmo anúncio foi feito em seguida pela região de Donetsk. A previsão é para o mesmo período - de 23 a 27 deste mês.
Por fim, a agência France Presse informou que Kherson terá também referendo sobre a adesão à Rússia na mesma semana.
A agência russa RIA Novosti adiantou que a região de Zaporizizhia, onde está a maior central nuclear da Ucrânia, poderá realizar referendo nos próximos dias.
Em declarações à televisão russa, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Sergei Lavrov, disse que cabe às populações de cada território decidir se apoiam a realização de referendos para futura adesão à Federação Russa.
"Desde o princípio temos dito que são as pessoas dos territórios que devem decidir sobre seu destino", afirmou.
Por sua vez, o ministro ucraniano dos Negócios Estrangeiros, Dmitry Kuleba, considerou que esses "referendos falsos" não vão trazer mudanças significativas.
"A Rússia foi e continua a ser um agressor que ocupa ilegalmente várias partes do território ucraniano. A Ucrânia tem todo o direito de libertar os seus territórios e continuará a fazê-lo, independentemente do que a Rússia tenha a dizer", afirmou o ministro ucraniano no Twitter.
O presidente russo, Vladimir Putin, reconheceu a independência das autoproclamadas repúblicas populares de Lugansk e Donetsk dias antes de lançar a ofensiva militar sobre a Ucrânia, em 24 de fevereiro.
Os territórios de Donetsk e Lugansk, que juntos formam a região de Donbass, estão parcialmente sob controle de separatistas pró-Rússia, com combates desde 2014.
Se os referendos forem realizados, eles ocorrem oito anos depois da anexação da Crimeia, após consulta popular na península ucraniana.
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