Rússia faz exigências para acabar com a guerra na Ucrânia

Combates mais intensos ocorrem em Donetsk e Luhansk

Publicado em 27/12/2022 - 11:49 Por Pavel Polityuk e Oleksandr Kozhukhar* - repórteres da Reuters - Kiev

O ministro das Relações Exteriores da Rússia acusou a Ucrânia e o Ocidente de tentar destruir o seu país e disse que o governo de Kiev tem que aceitar as exigências de Moscou para acabar com a guerra ou então assistir as forças armadas russas as alcançarem no campo de batalha.

Os comentários do ministro Sergei Lavrov, feitos na noite de segunda-feira (19) em meio a intensos combates no leste da Ucrânia, vieram um dia depois que o presidente russo, Vladimir Putin, disse que estava aberto a negociações, mas apenas nos termos de Moscou.

Isso inclui a Ucrânia reconhecer a conquista de um quinto de seu território pela Rússia. Kiev - armada e apoiada pelos Estados Unidos e seus aliados da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) - diz que recuperará todo o território ocupado e expulsará os soldados russos.

"Nossas propostas para a desmilitarização e desnazificação dos territórios controlados pelo regime, a eliminação das ameaças à segurança da Rússia que emanam de lá, incluindo nossas novas terras, são bem conhecidas do inimigo", disse Lavrov à agência de notícias estatal Tass.

"O ponto é simples: cumpra-as para o seu próprio bem. Caso contrário, a questão será decidida pelo exército russo", acrescentou.

Como começou o conflito

O presidente Putin lançou sua invasão da Ucrânia em 24 de fevereiro, chamando-a de "operação especial" para "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia, que ele classificou como um peão do Ocidente que ameaçava a Rússia.

Kiev e o Ocidente dizem que a invasão de Putin equivale a uma apropriação imperialista de terras. Os Estados Unidos e seus aliados impuseram sanções abrangentes à Rússia pela invasão e enviaram bilhões de dólares em assistência ao governo ucraniano.

Na semana passada, quando o presidente ucraniano Volodymyr Zelenskiy visitava Washington, os Estados Unidos anunciaram mais 1,85 bilhão de dólares em assistência militar para a Ucrânia, incluindo a transferência do Sistema de Defesa Aérea Patriot, irritando Moscou.

"Não é segredo para ninguém que o objetivo estratégico dos Estados Unidos e seus aliados da Otan é derrotar a Rússia no campo de batalha como um mecanismo para enfraquecer significativamente ou mesmo destruir nosso país", disse Lavrov à agência Tass.

Embora Moscou tenha planejado uma operação rápida para dominar sua vizinha Ucrânia, a guerra está agora em seu 11º mês, marcada por muitos reveses embaraçosos da Rússia no campo de batalha.

No mais recente ataque para expor falhas nas defesas aéreas russas, um drone que se acredita ser ucraniano penetrou centenas de quilômetros no espaço aéreo russo na segunda-feira, causando uma explosão mortal na base principal de seus bombardeiros estratégicos.

Os combates mais intensos atualmente ocorrem nas províncias orientais de Donetsk e Luhansk, que juntas formam a região industrial de Donbass. A Rússia afirmou, em setembro, que as anexou, junto com as províncias de Kherson e Zaporizhzhia, no sul, mas não controla totalmente nenhuma delas.

Em sua mensagem de vídeo na segunda-feira, Zelenskiy chamou a situação na linha de frente em Donbass de "difícil e dolorosa".

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