logo Agência Brasil
Internacional

Vice-presidente da Argentina é julgada por denúncia de corrupção

Ela pode ser condenada a 12 anos de prisão
Nicolás Misculin - Repórter da Reuters*
Publicado em 06/12/2022 - 12:56
Buenos Aires
Vice-presidente da Argentina, Cristina Kirchner, durante sessão do Congresso
17/03/2022
Reuters/Agustin Marcarian/Proibido reprodução
© Reuters/Agustin Marcarian/Proibido reprodução
Reuters

A vice-presidente da Argentina, Cristina Kirchner, pode ser condenada a 12 anos de prisão e impedida de ocupar cargos públicos quando juízes divulgarem, nesta terça-feira (6), a sentença por uma denúncia de prática de corrupção.

É provável, no entanto, que o julgamento receba apelações e passe anos em tribunais superiores, mesmo que represente uma derrota para a ex-presidente, que tem milhões de apoiadores em todo o país.

Kirchner, presidente entre 2007 e 2015, enfrenta acusações por suposta corrupção na concessão de obras públicas durante seu governo. Ela nega as acusações e chama o tribunal de "pelotão de fuzilamento".

"É evidente que haverá condenação", disse Kirchner em entrevista à Folha de S. Paulo, publicada na segunda-feira. Ela alegou que suas garantias constitucionais foram violadas durante o processo.

Uma sentença condenatória pode desencadear reações furiosas dos partidários de Kirchner em um país que atravessa longa crise econômica, com a inflação chegando a 100%, e onde muitos falam de forte polarização política entre esquerda e direita.

Também pode lançar uma sombra sobre o governo peronista do presidente, Alberto Fernández, que enfrenta dura batalha para se reeleger contra uma oposição conservadora, nas eleições gerais marcadas para o ano que vem.

Os promotores alegam que os contratos de obras públicas foram entregues a um empresário aliado de Kirchner, que canalizou o dinheiro de volta para ela e seu falecido marido, Néstor Kirchner, também ex-presidente.

Defensores da vice-presidente dizem que ela é vítima de perseguição judicial.

*É proibida a reprodução deste conteúdo.