Argentina: Lula encontra mães e avós da Praça de Maio 

Presidente está em Buenos Aires em primeira viagem internacional

Publicado em 23/01/2023 - 22:49 Por Pedro Rafael Vilela – Repórter da Agência Brasil - Brasília

A intensa agenda do presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta segunda-feira (23) em Buenos Aires incluiu um encontro com o grupo de mães e avós da Praça de Maio, coletivo de mulheres formado para cobrar explicações do Estado argentino pelo assassinato e desaparecimento de milhares de jovens durante a ditadura no país vizinho. 

"As Mães e Avós da Praça de Maio são uma inspiração na defesa da democracia na América Latina. Emocionado com o nosso encontro de hoje", escreveu Lula em postagem nas redes sociais. A viagem à Argentina é o primeiro giro internacional de Lula neste terceiro mandato. Ao longo do dia, ele manteve um encontro bilateral com o presidente do país, Alberto Fernández, além de uma reunião com empresários argentinos e brasileiros. À noite, Lula, Fernández e outros líderes estrangeiros participaram de um concerto musical com artistas de ambos os países no Centro Cultural Kirchner.

A primeira-dama Janja Lula da Silva, que acompanha o presidente Lula na viagem, também fez uma postagem nas redes sociais destacando o encontro com as Mães e Avós da Praça de Maio. 

"Em Buenos Aires, nos encontramos com as representantes das Mães e Avós da Praça de Maio, que tiveram seus filhos e netos assassinados ou desaparecidos durante a ditadura militar. Admiração por essas mulheres que lutam por dignidade e reparação de direitos".

O movimento começou em abril de 1977, em plena ditadura militar na Argentina, quando 14 mulheres se reuniram na Praça de Maio, em frente à Casa Rosada, sede do governo nacional, em Buenos Aires, para protestar por seus filhos desaparecidos, iniciando uma luta que dura mais de 45 anos pela verdade, memória, justiça e vida. Ao longo desse período, as próprias mães foram alvo de perseguição e repressão de militares e, mesmo com o fim do período autoritário, lutaram por leis para estabelecer reparação e punição a envolvidos em crimes de lesa-humanidade. 

Estima-se que, na ditadura de 1976 a 1983, a mais dura e violenta da história da Argentina, mais de 30 mil pessoas foram mortas ou desapareceram pelas forças militares oficiais.  

Nesta terça-feira (24), Lula participa, ainda na capital argentina, da 7ª Cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), grupo de 33 países do hemisfério. No dia seguinte, o presidente brasileiro faz uma visita ao Uruguai, onde se encontrará com o presidente Lacalle Pou. Em seguida, Lula retorna ao Brasil.

Edição: Fábio Massalli

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