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Internacional

Mídia chinesa minimiza gravidade de onda da covid; OMS quer detalhes

OMS convidou cientistas chineses para reunião de grupo consultivo
Yew Lun Tian – Repórter da Reuters
Publicado em 03/01/2023 - 11:35
Pequim
Pacientes são atendidos no corredor de hospital em Xangai, na China
© Reuters/Direitos Reservados
Reuters

A mídia estatal chinesa minimizou a gravidade de uma onda de infecções por covid-19, antes de um briefing esperado nesta terça-feira (3) por cientistas do país com a Organização Mundial da Saúde, que espera uma "discussão detalhada" sobre a evolução do vírus.

A reviravolta abrupta da China nas medidas de controle da covid-19 em 7 de dezembro, bem como a precisão de seus dados de casos e mortalidade, estão sob crescente escrutínio no país e no exterior.

A mudança da China da política de covid-zero defendida pelo presidente Xi Jinping ocorreu após protestos que marcaram a demonstração mais forte de descontentamento público durante sua década no poder e coincidiram com o crescimento mais lento da economia em quase meio século.

Nesta terça-feira (3), o Diário do Povo, jornal oficial do Partido Comunista, citou especialistas chineses dizendo que a doença causada pelo vírus era relativamente leve para a maioria das pessoas.

"Doenças graves e críticas representam 3% a 4% dos pacientes infectados atualmente internados em hospitais designados em Pequim", disse Tong Zhaohui, vice-presidente do Hospital Chaoyang de Pequim, ao jornal.

Kang Yan, chefe do Hospital Tianfu da China Ocidental da Universidade de Sichuan, disse que nas últimas três semanas, um total de 46 pacientes foram internados em unidades de terapia intensiva, ou cerca de 1% das infecções sintomáticas.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) insistiu às autoridades de saúde chinesas para compartilharem regularmente informações específicas e em tempo real sobre a pandemia.

A OMS convidou cientistas chineses a apresentar dados detalhados sobre o sequenciamento viral em uma reunião do grupo consultivo técnico nesta terça-feira. Também pediu à China que compartilhe dados sobre hospitalizações, mortes e vacinação.

(Reportagem adicional de Farah Master e Emma Farge)

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