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Internacional

"Não queríamos derrubar o governo russo", diz Prigozhin

Lider do Grupo Wagner divulgou mensagem de áudio no Telegram
Reuters*
Publicado em 26/06/2023 - 13:11
Londres
Rússia- 24-06-2023 Miliciano, Yevgeny Prigozhin líder do Grupo de milicianos que invadiram cidades da Rússia. Fotos Mídias socias.
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O líder mercenário russo, Yevgeny Prigozhin, disse nesta segunda-feira (26), em seus primeiros comentários públicos desde o fim do motim de um dia realizado por seu grupo Wagner no sábado (24), que a intenção do ato era registrar um protesto contra a condução ineficaz da guerra na Ucrânia, não derrubar o governo em Moscou.

Prigozhin falou em uma mensagem de áudio de 11 minutos, divulgada no aplicativo de mensagens Telegram.

Investigação

Os serviços de inteligência russos estão investigando se as agências de espionagem ocidentais tiveram papel no motim de combatentes mercenários do grupo Wagner no sábado, disse o ministro das Relações Exteriores, Sergei Lavrov, segundo a agência de notícias Tass, nesta segunda-feira.

Em entrevista à emissora russa RT, Lavrov afirmou que a embaixadora dos Estados Unidos (EUA) no país, Lynne Tracy, conversou com representantes russos no domingo e deu "sinais" de que os EUA não estavam envolvidos no motim, mas que torcia para que o arsenal nuclear da Rússia fosse mantido em segurança, disse a Tass.

Ele também citou Tracy dizendo que o motim é assunto interno da Rússia.

Vários líderes ocidentais disseram que o incidente mostra que a instabilidade está crescendo no país, como resultado da decisão do presidente Vladimir Putin de enviar suas forças armadas para a Ucrânia no início do ano passado.

Questionado se havia alguma evidência de que os serviços de inteligência ucranianos e ocidentais estavam envolvidos no motim, Lavrov respondeu:

"Trabalho em um departamento que não coleta provas sobre ações ilegais, mas temos essas estruturas e garanto que eles já entendem isso."

Dúvidas sobre o futuro do Wagner levantaram questões sobre se o grupo continuará as operações em países africanos como Mali e a República Centro-Africana, onde suas forças desempenharam papel importante em conflitos internos de longa data.

Desde que a guerra na Ucrânia minou os laços e o comércio da Rússia com o Ocidente, o Kremlin também tem enfatizado seu compromisso com a África.

Lavrov disse à RT que Mali e a RCA mantiveram contatos oficiais com Moscou paralelamente a suas relações com o Wagner, acrescentando: "Várias centenas de militares estão trabalhando na RCA como instrutores; este trabalho, é claro, continuará".

Lavrov também disse que as alegações ucranianas, de que a Rússia planeja encenar um ataque envolvendo liberação de radiação na Usina Nuclear de Zaporizhzhia, no Sul da Ucrânia, são "absurdas", informou a Tass.

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