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Internacional

Rússia diz que repeliu "ofensiva em larga escala" em Donetsk

Kiev não confirma qualquer ataque na região
Inês Moreira Santos - Repórter da RTP*
Publicada em 05/06/2023 - 10:27
Moscou
Militar ucraniano na região de Donetsk
© RFE/RL/Serhii Nuzhenenko/Reuters/direitos reservados
RTP - Rádio e Televisão de Portugal

A Rússia informou que repeliu, na madrugada desta segunda-feira (5), uma "ofensiva em larga escala" das forças ucranianas na região de Donetsk, tendo matado cerca de 250 militares e destruído dezenas de veículos de combate ucranianos. Embora a Ucrânia prometa, há meses, uma ofensiva contra Moscou, Kiev não confirmou qualquer ataque nessa região anexada pelas forças russas no outono passado e acusou o Kremlin de "espalhar mentiras".

"Na manhã de 4 de junho, o inimigo lançou ofensiva em grande escala em cinco setores da frente na direção de Yuzhnodonetsky", disse o Ministério russo da Defesa, em comunicado.

"O objetivo do inimigo era romper as nossas defesas no setor, que acredita ser o mais vulnerável. O inimigo não alcançou o seu objetivo, não conseguiu".

Na mesma nota, as autoridades russas relataram que o Exército ucraniano liderou a ofensiva com seis batalhões mecanizados e dois batalhões de tanques. O porta-voz do Ministério, Igor Konashenkov, disse que 250 militares ucranianos foram mortos e 16 tanques, três veículos de combate e 21 blindados ucranianos foram destruídos.

Um vídeo publicado pelo ministério na plataforma Telegram mostra supostos veículos blindados ucranianos, filmados do ar, a serem destruídos pelas forças russas perto da cidade de Velyka Novosilk, nos arredores de Donetsk. Contudo, as agências de notícias internacionais afirmam que é impossível garantir que os vídeos sejam recentes.

"Há uma luta difícil por acontecer”, escreveu o bloguer militar russo Semyon Pegov, nas suas plataformas digitais, citado pela Reuters.

Em rara menção à presença dos principais líderes militares da Rússia em operações no campo de batalha, Konashenkov disse que o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas russas, general Valery Gerasimov, "estava num dos postos de comando avançados" . A citação surgiu depois das críticas do chefe do grupo paramilitar russo Wagner, Yevgeny Prigozhin, de que os principais líderes militares não têm sido vistos na frente de batalha, nem assumido o controle ou responsabilidade pelas operações militares na Ucrânia.

Kiev não confirma ofensiva

Há meses que Kiev afirma estar se preparando para uma grande ofensiva contra as forças de ocupação de Moscou, numa tentativa de reconquistar territórios perdidos desde a invasão russa, que começou em fevereiro de 2022. Mas num vídeo divulgado nesse domingo (4), os líderes militares ucranianos disseram que não haveria qualquer anúncio público sobre o início da ofensiva.

Na atualização diária do Estado-Maior da Uncrânia foram relatados 29 confrontos nas regiões de Donetsk e Luhansk e 15 ataques aéreos contra tropas inimigas em todo o país.

“Palavras são muito desnecessárias, só podem fazer mal”, escreveu no Twitter o ministro da Defesa da Ucrânia, Oleksiy Reznikov, citando a música Enjoy the silence, dos Depeche Mode.

O comandante das forças terrestres da Ucrânia, Oleksandr Syrskyi, disse nesta segunda-feira que as forças ucranianas continuaram "a avançar" perto da cidade de Bakhmut, no norte de Donetsk, mas não fez comentários sobre a ofensiva.

O Centro de Comunicações Estratégicas da Ucrânia não se referiu diretamente às acusações russas, mas afirmou, sem fornecer provas, que a Rússia estava tentando espalhar mentiras.

"Para desmoralizar os ucranianos e enganar a comunidade (incluindo sua própria população), os propagandistas russos espalham informações falsas sobre a contraofensiva, as suas direções e as perdas do Exército ucraniano".

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