logo Agência Brasil
Internacional

Biden diz que "Putin e seus capangas" causaram morte de Navalny

Opositor de Putin morreu em uma prisão no Círculo Polar Ártico
Steve Holland - Repórter da Reuters
Publicado em 16/02/2024 - 16:27
Washington
O presidente dos EUA, Joe Biden, discursa durante a abertura do escritório de campanha de Biden para presidente em Wilmington, Delaware, EUA, em 3 de fevereiro de 2024. Foto: REUTERS/Joshua Roberts
© REUTERS/Joshua Roberts/Proibida reprodução
Reuters

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, culpou na sexta-feira o presidente russo, Vladimir Putin, pela morte de Alexei Navalny, dizendo que não estava "surpreso", mas "indignado" com o falecimento do líder da oposição russa.

"Não sabemos exatamente o que aconteceu, mas não há dúvida de que a morte de Nalvany foi uma consequência de algo que Putin e seus capangas fizeram", disse Biden na Casa Branca, depois que autoridades da prisão russa anunciaram a morte de Navalny.

"As autoridades russas vão contar sua própria história", afirmou Biden. "Mas não se enganem. Não se enganem, Putin é responsável pela morte de Navalny."

Ele também disse que estava "contemplando" medidas adicionais para punir a Rússia após a morte de Navalny, prestando homenagem ao líder da oposição por "bravamente" enfrentar a "corrupção" e a "violência" do governo de Putin.

A Casa Branca ainda estava buscando mais informações sobre a morte de Navalny em uma colônia penal russa ao norte do Círculo Polar Ártico, para onde ele foi enviado há menos de dois meses.

Mas o acontecimento, e a reação de Biden, esfriam ainda mais as já amargas relações entre os EUA e a Rússia.

Navalny, de 47 anos, era um dos principais críticos de Putin, e Biden disse, depois de se encontrar com Putin em Genebra em junho de 2021, que a morte de Nalvany poderia ter consequências devastadoras para Putin.

Biden e Putin permanecem profundamente em desacordo sobre a invasão da Ucrânia pela Rússia há dois anos, e Biden está pedindo aos republicanos linha-dura do Congresso dos EUA que apoiem financiamento adicional para pagar por mais armamentos para os militares da Ucrânia.

A Rússia tem figurado com destaque na campanha de Biden em busca da reeleição em novembro.

Seu esperado oponente republicano, o ex-presidente Donald Trump, provocou indignação bipartidária na semana passada ao dizer que não faria nada para defender os aliados da Otan da Rússia, a menos que eles paguem uma parcela maior pelas defesas comuns.

O líder republicano no Congresso, o presidente da Câmara dos Deputados Mike Johnson, não colocou em votação um projeto de lei do Senado para novos financiamentos para a Ucrânia. Após a morte de Navalny, ele disse que os EUA e seus aliados deveriam usar "todos os meios disponíveis para cortar a capacidade de Putin de financiar sua guerra não provocada na Ucrânia e a agressão contra os Estados bálticos".

"A história está observando a Câmara dos Deputados. O fracasso em apoiar a Ucrânia neste momento crítico nunca será esquecido", disse Biden.

Em Munique para uma importante conferência de segurança, a vice-presidente Kamala Harris prometeu que os EUA nunca recuariam de suas obrigações da aliança Otan estabelecidas após a Segunda Guerra Mundial, contrastando com as visões isolacionistas de Trump.

Ela também se reuniu com a esposa de Alexei Navalny, Yulia, às margens da conferência e "expressou sua tristeza e indignação" com as notícias sobre a morte do opositor russo, disse uma autoridade da Casa Branca.

*Reportagem adicional de Ismail Shakil, Gabriel Araujo e Doina Chiacu

* É proibida a reprodução deste conteúdo