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Internacional

Las Vegas vive quinto dia consecutivo com temperaturas escaldantes

Termômetros marcaram 46,1ºC nessa quarta-feira
Lusa*
Publicado em 11/07/2024 - 09:51
Las Vegas
Reservatório da represa Hoover diminui a nível recorde, em sinal de seca extrema, perto de Las Vegas, Nevada, EUA
09/06/2021 REUTERS/Bridget Bennett
© REUTERS/Bridget Bennett/Proibida reprodução
Lusa

A cidade norte-americana de Las Vegas viveu nessa quarta-feira (10) o quinto dia consecutivo de temperaturas escaldantes, com 46,1 graus Celsius (ºC) e massas de ar quente que devem afetar os Estados Unidos (EUA) durante o fim de semana.

A temperatura chegou a esse nível pouco depois das 13h no Aeroporto Internacional Harry Reid, o que superou o recorde anterior de quatro dias consecutivos, estabelecido em julho de 2005. Esse valor ou aumentar ou até duplicar no fim de semana.

Mesmos pelos padrões do deserto, o calor prolongado que tem sido registrado na maior cidade do Estado do Nevada é inédito, com os meteorologistas a classificarem-no como “a onda de calor mais extrema” desde que o Serviço Nacional de Meteorologia começou a fazer registos, em 1937.

A cidade estabeleceu 16 temperaturas máximas desde 1º de junho, bem antes do início oficial da época de verão. "E ainda nem chegamos ao meio de julho”, disse o meteorologista Morgan Stessman, nessa quarta-feira.

Isso inclui a máxima histórica de 48,4ºC na segunda-feira, que superou o recorde anterior de 47.2 ºC.

Uma moradora, Alyse Sobosan, considerou este julho o mais quente dos 15 anos em que reside em Las Vegas. Adiantou que procura não sair de casa durante o dia.

“Está um calor opressivo. É como se não pudesse viver a sua vida” disse..

Técnicos do setor da saúde também avisaram que está perigosamente quente. Só este ano já foram notificadas pelo menos nove mortes relacionadas com o calor no condado de Clark, na área de Las Vegas, segundo o gabinete do médico legista. Mas os números devem ser superiores.

“Mesmo pessoas com uma idade média, que são aparentemente saudáveis, podem sofrer com o calor, quando ele é tão forte que não deixa o corpo arrefecer”, disse Alexis Brignola, epidemiologista no distrito de Saúde do sul de Nevada.

Para os desabrigados e outras pessoas sem acesso a ambientes seguros, os dirigentes locais estabeleceram pontos de arrefecimento de emergência em centros comunitários, ao longo de Nevada.

Mais de 142 milhões de pessoas nos EUA estiveram sob alertas de calor nessa quarta-feira, em particular nos estados ocidentais, onde vários locais igualaram ou superaram valores máximos ao longo do fim de semana e espera-se que assim continue ao longo da semana.

Também há alertas para a parte oriental dos EUA, como a Filadélfia, o norte do estado de Delaware e quase todo o de Nova Jersey.

A onda de calor nos EUA ocorre quando a temperatura média global (TMG) em junho estabeleceu recorde pelo décimo terceiro mês consecutivo. Foi também o décimo segundo em que o mundo teve TMG superior a 1,5ºC à era pré-industrial, detalhou o serviço europeu do clima Copernicus.

Muito desse calor resulta das alterações climáticas, provocadas, por sua vez, pelos gases de efeito de estufa, causados pela queima dos combustíveis fósseis, apontam os cientistas.

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