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Internacional

ONG denuncia escalada de violência na Cisjordânia

Operação militar de Israel aumenta assassinatos ilegais
Lusa*
Publicada em 29/08/2024 - 10:33
Londres
Assentamento judaico de Efrat, na Cisjordânia ocupada
© Radio France Internationale - REUTERS/Ammar Awad/Proibida reprodução
Lusa

A organização não governamental (ONG) Anistia Internacional (AI) denunciou nesta quinta-feira (29) uma escalada de violência e de assassinatos ilegais que os palestinos enfrentam devido a uma grande operação militar de Israel na Cisjordânia.

“O lançamento da operação militar coordenada por Israel contra cidades e vilas em toda a Cisjordânia ocupada segue-se a uma escalada de assassinatos ilegais cometidos pelas forças israelenses nos últimos meses e coloca mais palestinos em risco”, declarou Erika Guevara Rosas, diretora da AI para as Américas.

Segundo ela, desde outubro do ano passado, tem havido um aumento terrível da força letal por parte das forças israelenses e ataques violentos de colonos apoiados pelo Estado na Cisjordânia, incluindo Jerusalém Oriental, onde os israelenses e os colonos judeus mataram pelo menos 622 palestinos, incluindo 142 crianças.

Uma grande operação militar foi lançada na Cisjordânia ocupada, visando várias cidades e vilas palestinas, incluindo Jenin, Tulkarem, Nablus e Tubas, e foram enviados centenas de soldados para realizar ataques apoiados por aviões de combate, drones e bulldozers (espécie de trator).

“As operações militares conduzirão, sem dúvida, a uma escalada de violência mortal, resultando em mais perdas de vidas palestinas. É provável que essas operações resultem num aumento dos deslocamentos forçados, na destruição de infraestruturas críticas e em medidas de punição coletiva, que têm sido pilares fundamentais do sistema de apartheid de Israel contra os palestinos e da ocupação ilegal do território".

Erika Guevara Rosas afirmou que, diante de alarmantes informações sobre as forças militares de Israel terem cercado e bloqueado o acesso a hospitais, a Anistia Internacional pede às autoridades israelenses que tomem medidas para salvaguardar as instalações e o pessoal de saúde.

“Além disso, devem garantir que as pessoas tenham acesso aos cuidados de saúde que necessitam. Como potência ocupante, Israel tem a obrigação clara de proteger os palestinos, as suas casas e as infraestruturas em todo o Território Ocupado”, acrescentou.

Segundo a AI, a ONG registrou anteriormente como as forças israelenses desencadearam onda brutal de violência contra os palestinos na Cisjordânia ocupada, após os ataques de 7 de outubro feito pelo grupo islâmico Hamas e outros grupos armados no sul de Israel.

A investigação mostrou a forma como as forças israelenses praticaram execuções ilegais, utilizando principalmente força letal sem necessidade ou de forma desproporcional durante protestos e operações de detenção, além de negarem assistência médica aos feridos.

A Anistia Internacional documentou também o "chocante aumento" da violência dos colonos apoiada pelo Estado israelense contra os palestinos. Esses padrões, segundo a ONG, continuam inabaláveis, uma vez que as forças israelenses também intensificam o uso de detenções, incluindo prisões arbitrárias, para conter qualquer forma de dissidência palestina.

Nessa quarta-feira, as forças de Israel lançaram uma operação militar em várias áreas da Cisjordânia, incluindo Jenin, Tulkarem, Nablus e Tubas.

De acordo com fontes palestinas, o Exército de Israel matou ontem pelo menos 11 palestinos e feriu mais de 20 em ataques terrestres e aéreos em três pontos do norte do território.

As operações do Exército israelense e os ataques dos colonos na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental já provocaram a morte de cerca de 660 palestinos, incluindo pelo menos 147 menores, desde o início da guerra entre Israel e o Hamas na Faixa de Gaza em outubro..

O ministro dos Negócios Estrangeiros de Israel, Israel Katz, propôs a retirada temporária de população da Cisjordânia para “destruir infraestruturas terroristas”.

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