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Internacional

Premiê israelense promete mais guerra e frustra esperança de paz

Declaração foi dada após morte do líder do Hamas Yahya Sinwar
James Mackenzie, Nidal al-Mughrabi e Samia Nakhoul - Repórteres da Reuters
Publicado em 18/10/2024 - 09:28
Jerusalém e Cairo
Benjamin Netanyahu em Tel Aviv
 31/12/2023    ABIR SULTAN/Pool via REUTERS
© ABIR SULTAN/Pool via REUTERS/Proibida reprodução
Reuters

As promessas do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu de prosseguir com as guerras de Israel em Gaza e no Líbano frustraram as esperanças, nesta sexta-feira (18), de que a morte do líder do Hamas, Yahya Sinwar, pudesse ajudar a pôr fim a mais de um ano de conflitos crescentes no Oriente Médio.

O grupo militante libanês Hezbollah prometeu intensificar a luta contra Israel enquanto seu apoiador, o Irã, disse que "o espírito de resistência" será fortalecido pela morte de seu aliado palestino em Gaza.

Sinwar, um dos mentores do ataque de 7 de outubro de 2023 que desencadeou a guerra de Gaza, foi morto durante operação realizada por soldados israelenses no enclave palestino na quarta-feira (16), evento crucial no conflito que já dura um ano.

Netanyahu classificou a morte de Sinwar como um marco na noite de quinta-feira, mas prometeu manter a guerra que, nas últimas semanas, se expandiu da luta contra o grupo palestino Hamas, em Gaza, para uma invasão do sul do Líbano e o bombardeio de grandes áreas do país.

"A guerra, meus queridos, ainda não acabou", disse Netanyahu aos israelenses, afirmando que os combates continuarão até que os reféns mantidos pelo Hamas sejam libertados.

"Temos diante de nós uma grande oportunidade de deter o eixo do mal e criar um futuro diferente", acrescentou, referindo-se ao Irã e seus aliados militantes em toda a região de Gaza, do Líbano, da Síria, do Iraque e Iêmen.

Os comentários de Netanyahu contrastaram com os dos líderes ocidentais, incluindo o presidente dos Estados Unidos (EUA), Joe Biden, que disse que a morte de Sinwar oferecia uma chance para o fim do conflito.

Os EUA querem dar o pontapé inicial nas negociações de cessar-fogo e garantir a libertação dos reféns, declarou o porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Matthew Miller, acrescentando que Sinwar estava se recusando a negociar.

"Esse obstáculo foi obviamente removido. Não posso prever que isso signifique que quem quer que substitua (Sinwar) concordará com um cessar-fogo, mas remove o que tem sido, nos últimos meses, o principal obstáculo para conseguir", disse ele.

Um diplomata sênior que trabalha no Líbano afirmou à Reuters que as esperanças de que a morte de Sinwar acabaria com a guerra pareem equivocadas.

"Esperávamos, de fato, durante todo o processo, que a eliminação de Sinwar fosse o ponto de virada para o fim das guerras e que todos estivessem prontos para baixar suas armas. Parece que nos enganamos mais uma vez", disse o diplomata.

Meses de esforços do principal apoiador de Israel, os Estados Unidos, para intermediar o cessar-fogo com o Hamas e o Hezbollah fracassaram, e Israel continua com suas guerras, e seu inimigo, o Irã, pareceu impotente para enfrentar o poderio militar de Israel, incluindo as armas dos EUA.

O conflito causou os primeiros confrontos diretos entre Irã e Israel, incluindo ataques com mísseis contra Israel em abril e 1º de outubro. Netanyahu prometeu responder ao ataque de outubro, que causou poucos danos. Washington pressionou Israel a limitar os alvos e não atacar as instalações de energia ou os locais nucleares iranianos.

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