Em depoimento, Élcio Queiroz diz que comprou armas quando era PM

Armas foram encontradas na casa dele por policiais civis e promotores

Publicado em 12/03/2020 - 18:40 Por Vinícius Lisboa - Repórter da Agência Brasil - Rio de Janeiro

O ex-policial militar Élcio Queiroz foi interrogado hoje (12) pelo Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJRJ) e afirmou que as armas encontradas em sua casa por policiais civis e promotores de Justiça serviam para a proteção de sua família e foram compradas quando ele ainda estava na corporação.

O ex-PM é um dos acusados pelas mortes da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, em 14 de março de 2018, e foi ouvido hoje no processo em que responde por posse ilegal de arma de fogo de uso restrito. Foram encontradas em sua casa duas pistolas e mais de 100 munições, a partir de um mandado de busca e apreensão relativo ao processo que investiga os assassinatos da parlamentar e do motorista.

Segundo o TJRJ, Élcio Queiroz disse que as pistolas foram compradas na época em que ele era policial militar e eram necessárias para garantir a segurança de sua família, que de acordo com o depoimento, mora em uma comunidade controlada pelo tráfico.

Polícia Civil fala à imprensa após prisão de suspeitos no caso Marielle Franco e Anderson Gomes no Palácio Guanabara, zona sul do Rio de Janeiro
Élcio Queiroz e Ronnie Lessa estão presos na Penitenciária Federal de Porto Velho - Tomaz Silva/Arquivo/Agência Brasil

Os policiais e promotores também encontraram oito munições de fuzil embaladas em seu carro. Segundo Queiroz, ele havia encontrado esses artefatos em um canteiro em frente à casa dele na noite anterior à sua prisão. A denúncia apresentada pelo Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, entretanto, relata que o ex-PM disse aos policiais que o encontraram que as munições pertenciam a ele.

O ex-policial militar foi encontrado saindo de casa de madrugada no dia em que os agentes foram cumprir o mandado de busca e apreensão. Em sua defesa, Élcio Queiroz alegou que estava a caminho do trabalho, já que sua jornada começaria às 5h da manhã em uma transportadora.

Também foram ouvidos pela Justiça o titular da Delegacia de Homicídios da Barra da Tijuca que elaborou o auto de flagrante e a oficial de cartório que tomou o depoimento dos policiais envolvidos na prisão.

Élcio Queiroz responde pelos assassinatos ao lado de Ronnie Lessa, que também é ex-policial militar. Os dois estão na Penitenciária Federal de Porto Velho desde março do ano passado e devem ir a júri popular, segundo decisão da 4ª Vara Criminal da última terça-feira.

Edição: Juliana Andrade

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