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Justiça

Ministério Público ouve cúpula da Secretaria de Saúde do DF

Secretário e auxiliares foram presos por suspeita de superfaturamento
Jonas Valente – Repórter Agência Brasil
Publicado em 25/08/2020 - 22:03
Brasília

O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) interrogou na tarde de hoje investigados na Operação Falso Negativo. Eles eram integrantes da direção da Secretaria de Saúde do DF, incluindo o titular do órgão, Francisco Araújo, e foram detidos hoje (25) em ação que investiga a suspeita de superfaturamento na compra de testes rápidos para o novo coronavírus.

Após os interrogatórios, eles foram encaminhados à Divisão de Controle e Custódia de Presos na Polícia Civil do DF. Nenhum dos órgãos informou se novas evidências ou informações relevantes foram obtidas nas oitivas.

Além do secretário de saúde, foram presos também o subsecretário de Vigilância à Saúde, Eduardo Hage; o secretário adjunto de Gestão em Saúde, Eduardo do Rego; o ex-secretário adjunto de Assistência à Saúde, Ricardo Tavares; o assessor da Secretaria Ramon Azevedo Ricardo Mendes, e o diretor do Laboratório Central, Jorge Chamon Júnior. O subsecretário de Administração Geral da Secretaria, Iohan Struck, está foragido.

Eles são investigados por suspeita de superfaturamento na compra de testes rápidos para covid-19 pela Secretaria. De acordo com o MPDFT, foram realizados processos de aquisição sem licitação. Nos dois casos, as empresas selecionadas apresentaram preços maiores do que outras concorrentes.

Os promotores acreditam que os envolvidos no esquema cometeram diversos crimes, como corrupção, lavagem de dinheiro, cartel, organização criminal e fraude em licitações.

Em um dos processos, no qual foi escolhida a empresa Luna Park, o superfaturamento teria sido de 146,57%. No outro, onde foi selecionada a Biomega, o sobrepreço identificado pelos promotores foi de 42,75%. Os responsáveis pela investigação calculam que o prejuízo seria superior a R$ 18 milhões.

Defesa

Uma das empresas investigadas, a Biomega negou, em nota, ter vendido ao Governo do Distrito Federal (GDF) kits de testes rápidos. A companhia afirma ter participado de uma licitação que incluía diversos serviços, como o fornecimento de equipamentos e de exames em laboratório, com analistas especializados em assinar os laudos. O contrato também previa a remoção de lixo hospitalar por uma empresa especializada e o envio de técnicos administrativos.

“A Biomega não vendeu ao GDF kits de testes rápidos para detecção da covid-19. O contrato firmado previa a realização de exames em 100 mil pessoas, tendo havido aditamento para a inclusão de outras 50 mil pessoas examinadas”, informou a empresa.

* Matéria atualizada às 23h25 para incluir posição da Biomega