Líder do PT diz que disputa política não pode contaminar CPI

Publicado em 12/03/2015 - 14:27 Por Luciano Nascimento - Repórter da Agência Brasil - Brasília

O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, fala na sessão da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras sobre Operação Lava Jato ( Antonio Cruz/Agência Brasil)

Deputados elogiaram a decisão de Eduardo Cunha,      que  compareceu   espontaneamente  à  CPI  da Petrobras para depor Antonio Cruz/ Agência Brasil

O líder do PT na Câmara dos Deputados, Sibá Machado (AC), rebateu hoje (12) a afirmação do presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras, de que o pedido da Procuradoria-Geral da República ao Supremo Tribunal Federal para abertura de inquérito contra ele, por suposto envolvimento em esquema de corrupção na estatal, é uma tentativa de transferir a crise para o outro lado da rua (do Palácio do Planalto para a Câmara).

Para Sibá, a CPI não pode se deixar contaminar pela “disputa política”, pois “essa questão de um lado da rua e de outro lado da rua remete a isso [disputa política]. É uma discussão em que eu não quero entrar, não podemos nos contaminar por esse gesto." Além disso, é uma postura que não ajuda o Brasil neste momento, completou o líder petista.

Sibá disse acreditar que não há indícios para justificar um inquérito contra Eduardo Cunha. “O que esta Casa tem em mãos [pedido de abertura de inquérito contra Cunha] não nos leva a nenhuma razão para que ele tenha o seu nome citado.”

O deputado Júlio Delgado (PSB-MG) destacou, porém, que não se trata de transferir a crise do Planalto para o outro lado da rua. “Infelizmente, essa crise chegou ao Parlamento. Ela está no Parlamento. O PMDB está do outro lado da Praça dos Três Poderes, tem o vice-presidente e seis ministros. Teremos de ter muita paciência na apuração de tudo, para separar o joio do trigo”, afirmou Delgado. “O senhor [Cunha] não tem nenhum envolvimento nesse esquema”, ressaltou Delgado.

Outros deputados, como o líder do PSDB, Carlos Sampaio (SP), manifestaram apoio ao presidente da Câmara. “Tenho a clareza que o caso dele [Cunha] diverge muito dos outros que temos em mãos”, afirmou Sampaio.

O relator da CPI, Luiz Sérgio (PT-RJ), também elogiou a atitude de Cunha, que prestou depoimento espontanemente na comissão. O petista lembrou que pedido de inquérito não significa condenação. O líder do PSC, André Moura (SE), também defendeu Cunha: “a fragilidade nas acusações deixa claro que Vossa Excelência foi escolhido, com todas as letras, para ser investigado”.

Edição: Jorge Wamburg

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