PSOL expulsa deputado Daciolo por desacordo com estatuto e programa partidário
O PSOL expulsou dos seus quadros o deputado federal Cabo Daciolo (RJ) pelas atitudes que o parlamentar vinha tomando no exercício de seu mandato. A expulsão ocorreu na noite de ontem (16), pelo Diretório Nacional do PSOL, que se reúne em Brasília desde esse sábado. Votaram pela expulsão do deputado Cabo Daciolo 54 integrantes do diretório nacional. Apenas um integrante votou a favor da permanência dele nos quadros do partido. O diretório decidiu que não irá à Justiça reivindicar o mandato parlamentar de Daciolo.
A decisão do diretório nacional foi baseada em parecer da Comissão de Ética do partido, acionada pelo diretório do Rio de Janeiro, que propôs a expulsão do deputado argumentando que ele tinha tomado atitudes em desacordo com o estatuto e o programa partidário. De acordo com o PSOL, a notificação oficial ao deputado será feita ainda nesta semana.
As atitudes tomadas pelo deputado que levaram a expulsão dele, segundo o PSOL foram: a apresentação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 12 que propõe alterar o trecho da Constituição que afirma que “todo poder emana do povo” por “todo poder emana de Deus”, ferindo a concepção do PSOL na defesa do Estado laico, além da cobrança feita pelo deputado para que o partido se engajasse na defesa de policiais militares da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da Rocinha, acusados pelo assassinato do ajudante de pedreiro Amarildo, morto em junho de 2013.
De acordo com o parecer da comissão de ética, a posição do deputado Cabo Daciolo de defender os policiais da UPP "vai na contramão do engajamento de militância do partido na campanha Cadê Amarildo? e na luta contra a criminalização dos moradores das periferias". Com a expulsão do Cabo Daciolo, a bancada do PSOL na Câmara passa dos atuais cinco para quatro deputados federais.