Presos em mais uma fase da Lava Jato seguem para Curitiba
As três pessoas presas na 22ª fase da Operação Lava Jato seguiram, por volta das 14h45, da sede da Polícia Federal, em São Paulo, para Curitiba, onde funciona o centro das investigações. Esta fase investiga lavagem de dinheiro com a compra de empreendimentos imobiliários no litoral paulista. Foram detidos a publicitária Nelci Warken, que prestou serviços à Cooperativa Habitacional dos Bancários (Bancoop), Ricardo Honório, um dos sócios do escritório da empresa Panamaense Mossack Fonseca e Renata Pereira Brito, que trabalhava com Honório.
A empresa é responsável pela offshore Murray, que adquiriu um condomínio imobiliário no Guarujá, no litoral paulista, inicialmente construído pela Bancoop, presidida entre 2005 e 2010 pelo ex-tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, preso em abril do ano passado. O empreendimento foi repassado para a empreiteira OAS em 2009, em função de uma crise financeira da cooperativa.
O nome da operação, Triplo X, faz alusão à Murray, que mantém um triplex no condomínio. A Polícia Federal apura se houve ocultação de patrimônio na operação e se as unidades foram usadas como repasse de propina. “Além dos possíveis crimes de sonegação fiscal e ocultação de patrimônio, há indícios de que os imóveis foram usados para pagamento de propina a pessoas que hoje são proprietárias”, explicou o delegado da Lava Jato, Igor Romário.
Gás
Logo após a saída dos carros da Polícia Federal, que levavam os presos, um forte cheiro de gás tomou conta da sede do órgão. As pessoas que estavam sendo atendidas tiveram que deixar o local e aguardar do lado de fora. Muitas sentiram os efeitos do gás e tossiram ininterruptamente. Após cerca de meia hora, o atendimento foi retomado, mas ainda não há informações sobre o que provocou o vazamento.
“De onde veio [esse cheiro] a gente não sabe. Não ouvimos barulho, confusão, nada, só o cheiro forte mesmo. Tivemos que sair, porque não dava para respirar”, relatou o vendedor Bruno Barreto, veio com a família tirar o passaporte. A aposentada Regina Gonçalves veio ao órgão dar baixa nos documentos do marido que morreu e é português. “Nem consegui entrar, porque já estava essa confusão. Acho que é gás de pimenta, pelo cheiro, né? Mas não disseram nada”, disse.
A assessoria de imprensa da Polícia Federal informou que o vazamento não se tratou de gás de pimenta, mas, sim, de um gás resultante da queima de diesel que saiu do gerador e acessou o sistema de ar-condicionado, gerando o forte cheiro. Segundo o setor, a sede estava sem energia elétrica desde o início da manhã, o que tornou necessário o uso do gerador por tanto tempo e provocou o transtorno.
*Matéria atualizada às 16h42 para acréscimo de informações da Polícia Federal