logo Agência Brasil
Política

Temer lamenta ameaças a Fachin e ataque a tiros à caravana de Lula

Yara Aquino - Repórter da Agência Brasil
Publicado em 28/03/2018 - 14:20
Brasília
Brasília - Presidente Michel Temer discursa na cerimônia de abertura da segunda fase do processo seletivo Avançar Cidades - Saneamento (Antônio Cruz/Agência Brasil)
© Antônio Cruz/Agência Brasil

Em entrevista à Rádio Band News, de Vitória (ES), o presidente Michel Temer lamentou o relato do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin, de que sua família vem sofrendo ameaças e os ataques a tiros à caravana do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo o presidente, as ameaças ao ministro do Supremo não podem ocorrer e os ataques a ônibus da caranava do ex-presidente criam "clima de instabilidade". 

Ataques à caravana de Lula

Sobre o ataque a tiros a ônibus da caravana do ex-presidente Lula na noite de terça-feira (27), no Paraná, Temer disse que esse tipo de atitude é “uma pena” e cria um “clima de instabilidade no país”.

“É uma pena que tenha acontecido isso porque vai criando um clima de instabilidade no país, de falta de pacificação que e indispensável no presente momento. Prego isso a todo momento e lamento muito que tenha acontecido. Agora, devo dizer também que essa onda de violência não foi pregada, talvez, por aqueles que tomaram essa providência. Talvez tenha começado lá atrás. E a história do uns contra outros realmente cria essa dificuldade que gera atritos dessa natureza”, disse o presidente Temer.

Temer pregou a pacificação durante o período eleitoral e disse que os candidatos podem apresentar críticas verbais, e não físicas.

Ao ser questionado sobre a expectativa para o julgamento do habeas corpus preventivo do ex-presidente Lula, na próxima quarta-feira (4), no Supremo Tribunal Federal, Temer disse que o governo está tomando todas as providências para evitar conflitos.

“Ainda ontem eu falava com o nosso ministro da Segurança, Raul Jungmann, que estava preocupado com o dia 4, dia do julgamento da matéria relativa ao ex-presidente Lula. E claro que aqui estamos todos tomando todas as providências para que não haja conflito, mas é preocupante e veja que isso alcança até o Supremo Tribunal Federal. Os membros do Supremo ficam aflitos com isso. Um deles disse que está sendo ameaçado. Isso não pode acontecer no país”, disse.

Ameaças

Para Michel Temer, as ameaças que a família do ministro Fachin têm sofrido “não podem acontecer no país”. 

Ontem (27), o Supremo informou que reforçou a segurança do ministro Fachin e de seus parentes. Em entrevista concedida ao canal GloboNews, Edson Fachin disse que sua família tem recebido ameaças. Ele, porém, não citou quais tipos de ameaças têm sofrido e como teriam ocorrido. O ministro é relator dos processos da Operação Lava Jato na Corte, entre outras ações. Também é relator do habeas corpus por meio do qual a defesa do ex-presidente Lula quer impedir a prisão dele após o fim dos recursos na segunda instância no processo do triplex de Guarujá (SP). O STF decidiu conceder uma liminar que impede a prisão de Lula até o dia 4 de abril, quando o tribunal retomará o julgamento da questão.

Eleições de outubro

Ao ser questionado sobre as eleições presidenciais de outubro, Temer disse que o governo precisa de um candidato para defender as conquistas de sua gestão. Segundo ele, ainda não é possível definir quem será esse candidato.

“O governo precisa ter um candidato e ter um candidato que defenda as grandes realizações do governo”, disse na entrevista.

Questionado sobre a possibilidade de uma chapa encabeçada por ele e o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, como candidato a vice-presidente, Temer disse que é preciso dar “tempo ao tempo” e que o só o futuro vai dizer o que pode acontecer.

“Temos que dar tempo ao tempo. Em política, um dia é muito, imagine vários dias. O Meirelles pode ocupar qualquer cargo do país. Ele está habilitadíssimo. Claro que temos uma boa interlocução. Trabalhamos muito juntos ao longo desse período todo. Ele está muito conectado comigo nessa questão política. Agora, o que vai acontecer, só o futuro vai dizer”, disse Temer.