História Hoje: Ha 106 anos tratado impôs submissão total coreana aos japoneses

Em 22 de agosto de 1910 foi assinado o Tratado de Anexação Japão-Coreia. O documento tinha oito artigos. O primeiro deles traduz o domínio que os nipônicos passariam a ter sobre a população coreana.

No texto, o imperador da Coreia cede completamente e permanentemente ao imperador do Japão todos os direitos de soberania.

Antes desse período, a Coreia tinha sido um estado vassalo da China desde o século 17. Mas, a partir do Império Meiji, que comandou o Japão desde a metade do século 18, o expansionismo nipônico avançou ao continente e determinou o domínio da Península Coreana e outras ilhas do Oceano Pacífico.

O Japão, sob o comando do Imperador Mutsuhito, passou a controlar a indústria e a economia coreanas. O japonês tornou-se a língua oficial e tentativas de rebelião foram reprimidas.

A ocupação japonesa é lembrada até hoje com amargura por sul-coreanos. Entre as queixas, há relatos de escravidão sexual de mulheres, durante a Segunda Guerra Mundial, principalmente coreanas e chinesas, que eram enviadas a bordeis e ali abusadas por militares japoneses.

O domínio japonês na Península Coreana foi até 1945, quando o lançamento das bombas atômicas contra Hiroshima e Nagasaki marcam o fim da Segund Guerra Mundial e a rendição incondicional do país.

Liberta do colonialismo japonês, a Coreia ainda enfrentaria uma guerra civil, que resultou na divisão em dois países: um comunista ao Norte e outro capitalista ao Sul.

Em agosto de 2010, o primeiro-ministro japonês, Naoto Kan, pediu desculpas à Coreia do Sul, lamentando o sofrimento infligido à população durante os 35 anos de ocupação, mas ressaltou o progressivo estreitamento de relações entre os dois países no período pós-Segunda Guerra.

O presidente da Coreia do Sul nos anos de 2008 a 2013, Lee Myung-bak, afirmou que as desculpas dos japoneses representam um avanço na relação entre os dois países.

Ele ponderou, entretanto, que restam questões a ser resolvidas. Um exemplo da recente boa vontade na reconciliação foi a realização conjunta da Copa do Mundo de Futebol, em 2002.

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