Morte de Nelson Freire, aos 77, consterna o País

A música perdeu nesta segunda-feira um dos maiores entre os maiores  pianista da história. Nelson Freire morreu na madrugada desta segunda-feira, aos 77 anos, em sua casa no Rio de Janeiro. Segundo amigos, ele foi vítima de complicações de uma queda que sofreu na rua há dois anos.  Velório de Nelson Freire acontece nesta terça-feira, no Theatro Municipal. E o enterro será no cemitério do Caju, às 17h.

Nas redes sociais, diversos artistas se manifestaram , como  pianista francês Philippe Cassard, que escreveu: "um gigante acaba de nos deixar. Um virtuoso com toque aveludado".

Ainda de acordo com Philippe, Freire era "gentil" e um "exemplo de integridade musical e profissional elevada ao ponto mais alto. 

Nascido no município mineiro de Boa Esperança, Nelson começou a tocar piano em casa, com apenas três anos de idade. Aos cinco, fez o primeiro recital e, aos 12, ficou em sétimo lugar em concurso internacional no Rio de Janeiro, quando executou o Concerto para Piano nº 5 , de Beethoven.  

Seu desempenho impressionou o júri e resultou em uma bolsa de estudos oferecida pelo então presidente Juscelino Kubitschek para estudar em Viena, na Áustria.  Em entrevista concedida à Rádio Mec em 2005, Nelson Freire falou dos primeiros esforços feitos em nome da música. Também relembrou das circunstâncias que resultaram na mudança da família para o Rio de Janeiro.

Em sua premiada carreira internacional, o pianista somou apresentações em mais de 70 países, tocando com prestigiadas orquestras e renomados maestros de todo o mundo. 
Foi o único brasileiro a ser incluído na Great pianists of the 20th century, coletânea de 100 volumes com gravações de 72 grandes pianistas do planeta.

E quem tem o privilégio de ver suas interpretações para obras de  Bach, Beethoven, Brahms, Chopin, Liszt, Mozart e Schumann entende o motivo de Nélson Freire ser aclamado por crítica e público nacionais e internacionais,