Certamente são muitos os mistérios de Clarice Lispector. A escritora que é um dos cânones literários do Brasil, geralmente é caracterizada como impactante, profunda e, às vezes, até difícil de compreender. Mas três décadas depois de sua morte, seus livros continuam sendo reeditados e lidos e suas palavras seguem arrebatando antigos e novos leitores. Uma figura tão imponente e esfíngica merece todas as homenagens, releituras e retrospectos.
A mais recente exposição sobre a autora, Constelação Clarice, foi montada pelo Instituto Moreira Sales e depois de encantar visitantes paulistas, está desembarcando no Rio de Janeiro. O curador da mostra Eucanaã Ferraz explica que ela tem uma proposta muito singular e que procurou apresentar as linhas de força do trabalho de Clarice.
Desta forma, além de tecer uma rede que relaciona os textos de Clarice às produções artísticas visuais da época, a mostra oferece ao público a oportunidade de contemplar obras de nomes como Maria Martins, Lygia Clark, Letícia Parente, Djanira e Celeida Tostes, entre outras. A arquiteta responsável pelo projeto de exposição Isa Gebara explica que a organização dos espaços foi pensada para que o público se perca e encontre seu próprio percurso.
A exposição fica em cartaz até outubro, no belo casarão do Instituto Moreira Sales, que fica na Gávea, na Zona Sul do Rio. A entrada é de graça.
*Com trabalhos técnicos de Eduardo Monteiro
