O ambiente familiar é onde as crianças mais devem se sentir protegidas. No entanto, é justamente onde elas mais são violentadas. Essa é a conclusão do levantamento Prevenção de violência contra crianças, do Núcleo Ciência Pela Infância.
Para a Professora de Neurociências da Universidade de São Paulo, Maria Beatriz Linhares, a prevenção para qualquer tipo de violência contra a criança deve começar dentro de casa.
Os dados revelam, ainda, um viés racista: 66% das crianças que foram assassinadas, em 2021, eram negras. Nos casos sem morte, o tipo de agressão mais recorrente foi estupro: 6 a cada 10 pessoas que sofreram violência sexual no Brasil, eram menores de 13 anos de idade. Depois aparecem os maus tratos e a lesão corporal.
Para a professora Maria Beatriz Linhares, a violência nem sempre deixa marcas físicas. Ela aparece de diversas formas.
Entre os efeitos do ciclo de violência, estão as mudanças no comportamento, como agressividade, problemas de atenção, hipervigilância, ansiedade, depressão, problemas de adaptação escolar e psiquiátricos, como fobia e estresse pós-traumático.
Para mudar essa realidade, a especialista Maria Beatriz Linhares defende que o primeiro passo é reconhecer o problema. Depois, o compromisso do poder público, com ações de prevenção e qualificação de profissionais, fortalecimento dos sistemas de denúncia e aplicação correta das leis, com atuação da justiça.
O documento completo está no site do Núcleo Ciência Pela Infância, na internet.
Para o levantamento, foram levadas em conta quase 60 mil casos de violência, entre 2021 e 2022, registrados no Disque 100, e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública.