A Comissão de Fiscalização e Controle do Senado aprovou, nesta quarta-feira (10), a instauração de uma auditoria para avaliar a retenção de dividendos da Petrobras, a parte do lucro que é repassada para os acionistas da empresa.
O requerimento foi do senador Ciro Nogueira, do PP do Piauí.
A auditoria, que será realizada com o auxílio do Tribunal de Contas da União, deverá averiguar os critérios e fundamentos utilizados pela estatal para decidir pela retenção dos dividendos extraordinários do 4º trimestre de 2023; impactos financeiros, econômicos e sociais dessa decisão para os acionistas da Petrobras e para a sociedade; e a transparência e a clareza na divulgação das informações relacionadas à distribuição de dividendos por parte da empresa.
A Petrobras encerrou 2023 com um lucro líquido superior a R$ 124 bilhões, segundo maior valor da história. Ainda assim, as ações caíram 10% em março.
Na ocasião, analistas da imprensa especializada em mercado financeiro atribuíram a queda à decisão da companhia de reter os dividendos extraordinários, avaliados em quase R$ 44 bilhões, adiando o pagamento desses recursos para o futuro.
A Petrobras foi a petroleira que mais pagou dividendos aos acionistas em 2023 quando comparada com outras cinco grandes companhias do setor: Chevron, BP, Total, Shell e Exxon Mobil, segundo levantamento da Associação dos Engenheiros da Petrobras. Enquanto a estatal pagou mais de US$ 20 bilhões, a Exxon, 2ª colocada, pagou cerca de US$ 15 bilhões em dividendos.
Em 2023, a Petrobras investiu cerca de US$ 13 bilhões, um crescimento de 29% em relação ao ano anterior. Apesar do aumento, especialistas avaliam que os investimentos ainda são baixos, se considerados os planos da companhia.