Cacique denuncia propina em garimpo ilegal de terras indígenas
Publicado em 07/08/2014 - 11:12 Por Graziele Bezerra - Brasília
Em Tucumã, no Pará, município a cerca de 950 quilômetros de Belém, o pagamento de propina a índios, policiais e fazendeiros facilita o garimpo ilegal em terras indígenas, como conta o cacique Niti Kayapó. Ainda de acordo com o cacique, cada grama de ouro é vendido por cerca de 75 reais, em Tucumã. Niti explica que todo o ouro que recebeu dos garimpeiros até agora foi investido na construção de estradas. Por meio de nota, a Funai confirma a conivência de alguns indígenas com a prática do garimpo no interior da Terra Indígena Kayapó, mas afirma que isso não representa a vontade de toda a comunidade.
A nota diz ainda que as informações sobre envolvimento de indígenas em atividades ilícitas e criminais têm sido encaminhadas, periodicamente, à polícia judiciária da União a quem compete investigar crimes em terras da União e contra a coletividade indígena. Além disso, a Fundação afirma que está articulando atividades de fiscalização em conjunto com o Ibama, para coibir a prática do garimpo no interior da terra indígena Kayapó. A corregedora-geral da Polícia Civil do Pará, delegada Nilma Maria Nascimento Lima informou que a corregedoria já abriu procedimento administrativo para apurar as denúncias.
Ainda de acordo com a delegada, a corregedoria também investiga outra denúncia envolvendo policiais e pedidos de propina em Ourilândia do Norte, município a sete quilômetros de Tucumã. A acusação é contra o delegado Clóvis César Reis Bueno que teria exigido ouro e dinheiro em troca da liberdade de quatro garimpeiros detidos na delegacia da cidade em março deste ano. O resultado das investigações deve sair em 60 dias.