Publicado em 08/05/2018 - 15:21 Por Graziele Bezerra - Brasília
Uma fraude milionária no Sistema Nacional de Emprego (Sine) terminou com a prisão de duas pessoas e o afastamento de dois servidores ligados ao Ministério do Trabalho nas cidades de Marabá e Redenção, no Pará.
Eles faziam parte de uma quadrilha especializada em fraudar o seguro desemprego. O secretário executivo do Ministério do Trabalho, Leonardo Arantes, revela como era a atuação do bando
A partir daí, os invasores do sistema forjavam a demissão de pessoas com vínculos de trabalho ativo. Em muitos casos, os trabalhadores só descobriam a fraude quando eram demitidos de fato e pediam seus benefícios. Era então que eles percebiam que o seguro desemprego tinha sido sacado por outra pessoa.
Para concordarem em fazer parte do esquema, os servidores recebiam a promessa de ganhos de até 90 mil reais. Para coibir práticas do tipo, o Ministério do Trabalho adotou desde dezembro de 2016 Sistema Antifraude do Seguro desemprego. Esse sistema faz uma leitura de possíveis tentativas de fraude, bloqueia os requerimentos e só depois de verificar se o pedido é real, libera os valores.
Desde o início do sistema, 61 mil requerimentos, com indícios de fraudes, foram bloqueados, o que evitou a liberação de quase um R$ 1 bilhão . Só no Pará, foram 9 mil requerimentos bloqueados, equivalentes a R$ 55 milhões.
Os investigados poderão responder pelos crimes de Associação criminosa, corrupção ativa e passiva, inserção de dados falsos em sistemas de informações e estelionato.As penas pelos crimes investigados podem alcançar mais de 30 anos de prisão.