A Polícia Federal indiciou sete funcionários da mineradora Vale e seis da empresa de auditoria alemã TUV SUD por falsidade ideológica e uso de documentos falsos. Os funcionários foram responsáveis por atestar a estabilidade da barragem do Córrego do Feijão, em Brumadinho, Minas Gerais, que se rompeu em janeiro deste ano, causando a morte de 249 pessoas, sendo que vinte e uma continuam desaparecidas. Os acusados poderão responder em liberdade.
O delegado Luís Augusto Pessoa Nogueira, acredita que houve a intenção de fraudar os atestados de estabilidade.
Na avaliação do delegado as mortes poderiam ter sido evitadas. O investigador da PF afirma que já tem as provas necessárias para indiciar os acusados.
Em julho de 2018, a empresa TUV SUD, contratada pela Vale, atestou a estabilidade da barragem em Brumadinho. Para a Polícia Federal, a Vale tinha interesse em informar ao mercado e a sociedade que as estruturas estavam seguras, já a empresa de auditoria, segundo o delegado, queria manter os contratos com a mineradora.
O policial afirma que a empresa de auditoria, só em 2017 e 2018, tinha assinado contratos no valor de quase R$6,5 milhões.
Apesar dos indiciamentos, o inquérito continua. A Polícia Federal ainda espera o resultado da perícia criminal para indicar o que provocou o rompimento da barragem e, com isso, indiciar os responsáveis por crimes ambientais e contra a vida.
Em nota, a Vale informou que tomou conhecimento nessa sexta-feira do indiciamento e vai analisar o relatório antes de se manifestar, mas ressalta que a empresa e os executivos vão continuar colaborando com as autoridades. Já a empresa alemã TUV SUD informou que não vai comentar o caso.