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Vamos de Bicicleta: é urgente reduzir o espaço para carros nas ruas

Série especial mostra a importância da expansão das ciclovias
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Daniel Ito - Repórter da Rádio Nacional
17/08/2021 - 09:00
Brasília
Rio de Janeiro - O desenhista Ari Paulo, 50 anos, usa a ciclovia da Estrada dos Bandeirantes diariamente e reclama das condições da pista
© Tânia Rêgo/Agência Brasil

Nas últimas décadas, muitos municípios brasileiros passaram a investir em infraestrutura específica para quem anda de bicicleta.

O aumento das ciclovias e ciclofaixas nas grandes cidades melhorou a mobilidade dessas pessoas. Mas segundo a cicloativista e jornalista Renata Falzoni, ainda falta um longo caminho para que pedestres e ciclistas recuperem o espaço urbano que foi perdido para os carros. 

"A gente já devia estar questionando é como que a gente vai criar coragem para tirar espaço do viário, dos carros, que foram roubados das pessoas, pra devolver pro pedestre e pro ciclista. As ciclovias estão sendo construídas aonde dá. Elas estão tendo que resistir a propostas totalmente reacionárias, do passado, insustentáveis, de retirada de ciclovias ou não construção delas".

A cidade de Fortaleza vem sendo apontada por especialistas como uma referência positiva aqui no Brasil. A capital cearense possui, hoje, 386 quilômetros de ciclovias e ciclofaixas em seu território.

O município também conta com quase duzentas estações de bicicletas compartilhadas, que podem ser utilizadas de graça, por até uma hora.

Mais de 260 mil pessoas fazem uso desse sistema para se deslocar, segundo a superintendente da Autarquia Municipal de Trânsito de Fortaleza, Juliana Coelho. 

"A gente percebe o aumento do uso da bicicleta muito relacionado ao aumento da infraestrutura segura para o ciclista, né? A gente costuma dizer que a gente tem que colocar as ciclofaixas e as ciclovias, que os ciclistas vão aparecer. E aqui, sempre foi assim".

O município de Fortaleza também possui uma lei determinando que o dinheiro arrecadado pelos parquímetros, os estacionamentos pagos no centro da cidade, seja totalmente revertido na expansão da infraestrutura para bicicletas.

Se a construção de ciclovias e ciclofaixas permite que mais pessoas troquem o carro pela bike, as mulheres são as maiores beneficiadas nesse processo - especialmente, as de baixa renda. Quem afirma é Ruth Costa, diretora administrativa da União de Ciclistas do Brasil e idealizadora do projeto "Pedala, Mana!" em Belém do Pará. 

"Pra mim, a bicicleta foi esse empoderamento. Porque eu tive a oportunidade, hoje eu tenho a oportunidade de voltar pra casa a hora que eu quiser, porque eu tenho o meu próprio transporte. A gente tem meninas dentro do Pedala Mana que começaram a jogar bola dia de segunda-feira, por exemplo. E elas vão de bicicleta para o futebol. Então, é bem legal, porque às vezes são mulheres de baixa renda que não têm condições de pagar o transporte público".

No próximo episódio desta série, você vai saber as vantagens da bike para a economia, para a saúde e para o meio ambiente.

Série Vamos de Bicicleta

Confira a 1ª reportagem da série - Vamos de Bicicleta: conheça a cidade com um único meio de transporte

Confira a 3ª reportagem da série - Vamos de Bicicleta: o transporte que salva vidas e o planeta Terra

Confira a 4ª reportagem da série: Vamos de Bicicleta: cuidados ajudam ciclistas a pedalar com segurança

Confira a 5ª reportagem da série - Vamos de Bicicleta: cicloturismo cresce no país com diferentes opções

Produção: Dayana Vitor

Edição: Sheily Noleto

Sonoplastia: Messias Melo

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