Cemadem: 72% das cidades não têm orçamento próprio para Defesa Civil

Falta de dinheiro, de equipamentos e de pessoal especializado e treinado. Esses são os principais problemas enfrentados pela Defesa Civil, órgão público presente nos municípios, e que é responsável pelo mapeamento de áreas de risco, prevenção e contenção de desastres ambientais. Como o que aconteceu no último carnaval, no litoral norte paulista, onde deslizamentos de terra causaram 65 mortes e deixaram dois mil desabrigados.

De acordo com a Pesquisa Municipal em Proteção e Defesa Civil, feita pelo Cemaden - o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais - a partir de dados de quase duas mil cidades brasileiras, 72% dos municípios não têm orçamento próprio para a área, e nem sempre podem contar com recursos da própria prefeitura.

Também foi apontado que em 19% dos municípios existe carência de equipamentos. O pesquisador do Cemaden Victor Marchezini destaca outro problema: a falta de pessoal.

O estudo revela ainda que somente no ano passado o Ministério do Trabalho incluiu o agente de proteção e defesa civil na Classificação Brasileira de Ocupações, primeiro passo para o reconhecimento da profissão.

A pesquisa foi feita entre outubro de 2020 e dezembro de 2021, em cooperação entre a Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento.