O paranaense Toni Reis, de 58 anos, presidente da Aliança Nacional LGBTI+ e da Associação Brasileira das Famílias Homotransafetivas, travou um longa luta contra a homofobia e a legislação brasileira para ter reconhecida a união com o inglês David Harrad, com quem se casou na Inglaterra nos anos 1990.
À época, David só poderia ficar no país se fosse casado com uma mulher. Em 1996, ele teve problemas com a Polícia Federal e só permaneceu em território nacional após assinar, com Toni, uma declaração marital em cartório.
Em 2011, quando o Supremo Tribunal Federal decidiu que os efeitos da união estável entre casais homoafetivos haveriam de ser iguais a de casais héteros, Toni e David passaram a usufruir deste direito.
Em 2013, o Conselho Nacional de Justiça publicou uma resolução que ampliou a decisão para todo o país e exigiu que os cartórios realizassem os casamentos homoafetivos.
Com o avanço, Toni destaca que é hora de mais diálogo com a sociedade sobre as garantias de direitos dos casais homoafetivos.
Segundo a Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais, em média, são realizadas 7.600 celebrações entre pessoas do mesmo sexo, por ano, no país, sendo 56% entre casais femininos e 44% entre casais masculinos.
Karen Luckmann e Katriane Tonetti se casaram há cinco anos em Curitiba, no Paraná. O casal recorda com alegria do momento, embora a cerimônia tenha ficado marcada por um erro do celebrante, como conta Karen.
Até abril de 2023, o Brasil contabilizou 76.430 casamentos entre pessoas do mesmo sexo. São Paulo lidera o ranking de celebrações homoafetivas, com quase 30 mil matrimônios. Em seguida, vem o Rio de Janeiro, com 6.500 e Minas Gerais, com 5.000.





