A Anvisa autorizou o uso emergencial da vacina CoronaVac em crianças de 3 a 5 anos. Este imunizante já estava liberado para a população com mais de seis anos. E o da Pfizer para, para quem tem a partir de 5.
Todos os diretores da agência reguladora acompanharam o voto da relatora Meiruze Freitas. De acordo com ela, a autorização de uso levou em consideração dados preliminares de pesquisas e está condicionada ao repasse de mais informações pelo Instituto Butantan, que representa a CoronaVac no Brasil.
Para chegar a esta conclusão, a Anvisa avaliou os resultados de três pesquisas e a opinião de especialistas. Os estudos concluíram que a população mais jovem tem melhor resposta imune.
Em um deles, crianças de 3 e 4 anos tiveram 30% mais proteção que as de 5 a 10 anos. Na comparação com outras faixas etárias, a eficácia foi ainda maior: o dobro em relação aos jovens de 11 a 17 anos. Já quanto aos adultos de 18 a 49 anos, a vacina aplicada nas crianças a partir de 3 anos ofereceu o triplo de resposta imune. E, na comparação com os adultos a partir de 50 anos, a imunização das crianças teve eficácia 4 vezes maior.
Um dos pesquisadores ouvidos pela Anvisa foi o professor de pediatria e de infectologia Marco Aurélio Sáfadi, que é membro do Comitê Consultivo Científico da Coalizão para Inovações em Preparação Epidêmica. Ele se mostrou otimista com as pesquisas feitas até agora.
O gerente-geral de Medicamentos da Anvisa, Gustavo Mendes, acrescentou que é preciso manter as pesquisas, para responder a algumas perguntas.
O esquema de vacinação será igual ao das demais faixas etárias que usam CoronaVac: duas doses, com intervalo de 28 dias entre elas. A Anvisa não fez restrição.
Apesar de autorizar a vacinação, não é a agência reguladora que define a estratégia de imunização. Este é o papel do Ministério da Saúde, que ainda precisa decidir sobre a inclusão da CoronaVac para crianças de 3 a 5 anos no Plano Nacional de Imunizações.