Fiocruz indica desaceleração em casos de síndrome respiratória aguda
Novos dados do sistema InfoGripe, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), indicam que o ritmo de aumento nos casos da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) pode ter desacelerado na última semana. Essa síndrome pode ser causada por diversos vírus como o novo coronavírus (covid-19) e a influenza.
O InfoGripe apresentou, no período de 22 a 28 de março, desaceleração na taxa de crescimento do número de casos da SRAG no Brasil, ainda que a quantidade continue muito elevada, bem acima do padrão histórico. Na semana epidemiológica de 22 a 28 de março, os casos estimados da síndrome foram de 5.992, aumento de 7% em relação à semana epidemiológica anterior, de 15 a 21 de março, com 5.624 casos.
Segundo o pesquisador do Programa de Computação Científica da Fiocruz, Marcelo Gomes, que coordena o InfoGripe, as duas semanas epidemiológicas anteriores tinham apresentado crescimento expressivo no número estimados de casos de SRAG, com aumentos de 122% e 162%, respectivamente.
Desaceleração
Gomes diz que os dados sugerem desaceleração no número de casos da síndrome respiratória que tanto podem ser reflexo das medidas de isolamento social, recomendadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e adotadas pelos estados brasileiros em meados de março, quanto do atraso na atualização das notificações nos bancos de dados que abastecem o InfoGripe pelas equipes nas unidades básicas de saúde.
“Neste momento, a gente não pode afirmar que é exclusivamente em função das medidas de isolamento social que houve essa desaceleração. Pode ser isto. Mas pode ser também o atraso maior na inserção de dados. E pode ser a combinação desses dois fatores”, disse Gomes.
O coordenador do InfoGripe ressalta que as medidas de isolamento não podem ser afrouxadas neste momento. “Ainda estamos em uma situação preocupante. Temos que continuar as adesões massivas ao isolamento social”.
Segundo a Fiocruz, houve também uma mudança no perfil etário dos casos registrados, que nos anos anteriores costumava ser de predominância de crianças com menos de 2 anos, passando agora para indivíduos de mais de 60 anos, uma faixa que está associada a casos mais graves do novo coronavírus. Segundo o coordenador do InfoGripe, essa mudança pode estar relacionada à covid-19.