A comissão das Nações Unidas para Síria reuniu provas das “graves violações sistemáticas do direito internacional”, cometidas durante anos de regime do ex-presidente, Bashar al-Assad. Essa é a análise mais abrangente feita até agora sobre o uso sistemático de detenção arbitrária, tortura e desaparecimentos forçados, praticados até o ano passado pelo governo Sírio.
As informações são do relatório, publicado nesta semana, pela Comissão de Inquérito da ONU, liderada pelo brasileiro Paulo Sérgio Pinheiro.
Duas equipes visitaram valas comuns e antigos centros de detenção na capital, Damasco. Inclusive, a prisão militar Sednaya, que ficou famosa devido aos relatos de violência.
Foram cerca de 2 mil depoimentos, incluindo mais de 500 sobreviventes de tortura, que falaram de desnutrição, doenças e assassinatos, com cadáveres deixados dentro das celas com outros presos. Dezenas de milhares de famílias ainda procuram parentes desaparecidos.
A equipe da ONU destacou que este é “um momento crítico”, em que o atual governo de transição precisa garantir mecanismos de justiça que garantam a não repetição desses crimes. Os especialistas verificaram que muitas provas documentais acabaram queimadas ou foram destruídas. Por outro lado, uma das peritas à frente do relatório, Lynn Welchman, elogiou a decisão do governo interino de proteger valas comuns e os locais dos crimes.
Bashar al-Assad foi derrubado em dezembro do ano passado, após o avanço de forças rebeldes sírias, lideradas por um grupo sunita radical.
Nessa segunda-feira (27), a Alta Representante da União Europeia para Negócios Estrangeiros, Kaja Kallas, anunciou que o bloco europeu poderá diminuir as sanções econômicas ainda impostas à Síria. A medida depende das ações tomadas daqui pra frente pelo atual governo sírio de transição.
Também nesta semana, o governo russo enviou - pela primeira vez - uma delegação presidencial até Damasco para negociações. De acordo com a agência de notícias Tass, a missão é liderada pelo vice-ministro de relações exteriores, Mikhail Bogdanov. A Rússia concedeu refúgio ao ex-ditador Bashar al-Assad.
Segundo o Observatório Sírio para os Direitos Humanos, o conflito - que durou 14 anos - matou mais de meio milhão de pessoas. Apenas nas prisões, foram 64 mil mortes causadas pelo antigo regime de Al-Assad.
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