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Política

Denúncia contra Bolsonaro aponta que plano de golpe começou em 2021

Investigação da PGR se baseou em delação premiada de Mauro Cid
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Gabriel Brum - Repórter da Rádio Nacional
19/02/2025 - 14:42
Brasília
Presidente Jair Bolsonaro e seu então ajudante de ordens, Mauro Cid
18/06/2019
REUTERS/Adriano Machado
© REUTERS/Adriano Machado/Proibida reprodução

Minuta de golpe, ataques às urnas, mensagens entre aliados, são algumas das provas contra o ex-presidente Jair Bolsonaro na denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República. A investigação teve como base a delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, que foi ajudante de ordens do ex-presidente.

A delação veio a público, nesta quarta-feira (19), em decisão do ministro Alexandre de Moraes, que deu quinze dias para as defesas se manifestarem.

Segundo a denúncia da PGR, o plano de golpe teria começado já em 2021 com os ataques frequentes, em lives e entrevistas, contra as urnas eletrônicas.

Teve inclusive aquela reunião com embaixadores, em que o próprio ex-presidente acusou de fraude o sistema eleitoral brasileiro. Fato que motivou a sentença que o deixou inelegível por oito anos.

O documento cita também que Mauro Cid confirmou que Bolsonaro recebeu a minuta que previa a prisão dos ministros do STF Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes e do então presidente do Senado Rodrigo Pacheco. O ex-presidente então alterou o texto para que apenas Moraes fosse alvo de prisão.

O ex-presidente, segundo a denúncia, levou essa minuta para militares de alta patente, chefes das Forças Armadas e o alto escalão do governo em busca de apoio ao plano.

Esse encontro foi comprovado pelos registros de entradas no Palácio da Alvorada e pelo depoimento do general Freire Gomes.

A denúncia fala do plano “Punhal Verde e Amarelo”, que tinha entre os objetivos “neutralizar autoridades” Lula, Geraldo Alckmin e Alexandre de Moraes. Os responsáveis tanto por criar quanto por levar o plano para o ex-presidente, integravam a Presidência da República.

Segundo a denúncia, a comprovação de que Bolsonaro sabia do plano e concordou com ele estaria em conversas posteriores encontradas nos celulares de Mauro Cid e outros membros do grupo.

A defesa de Jair Bolsonaro disse que recebeu com indignação a denúncia. Afirmou que não há qualquer mensagem do ex-Presidente que embase a acusação. E acredita que essa denúncia não terá sucesso por precariedade, incoerência e ausência de fatos verídicos.