logo Agência Brasil
Esportes

Natação: técnico de revelação vê potencial para alcançar Tóquio

Murilo Sartori ficou a meio segundo da vaga em 2019
Juliano Justo - Repórter da TV Brasil e da Rádio Nacional
Publicado em 22/08/2020 - 09:00
São Paulo
murilo sartori natação
© Satiro Sodré/SSPress/CBDA/Direitos Reservados

O nadador Murilo Sartori foi um dos principais destaques da equipe brasileira durante o Open de Loulé, em Portugal, no último final de semana. Foram 4 vitórias, 2 em provas individuais (200 metros e 400 metros, as duas no estilo livre) e 2 em disputas coletivas (revezamentos 4x100 metros e 4x200 metros, ambos no estilo livre).

Nos 200 metros livre, Murilo atingiu a marca de 1min48s03, apenas 64 centésimos atrás de seu melhor tempo (1min47s39, que o deixou em 3º no Mundial Júnior de 2019, na Hungria) e a 4ª melhor dele marca da carreira. “Eram cinco meses sem competir. Por isso foi um tempo muito bom. Não sei até onde ele pode chegar, mas sei que queremos chegar no time olímpico, quem sabe nadar prova individual. Estamos batalhando para alcançar esse objetivo”, disse à Agência Brasil o técnico do atleta, Fábio Cremonez.

O índice olímpico para a prova é de 1min47s02. E a definição da equipe será na seletiva brasileira que deve ocorrer em abril do ano que vem no Parque Aquático Maria Lenk, no Rio de Janeiro. “É aqui a nossa maior chance, sem dúvidas. E pode ter certeza de que vamos trabalhar muito em cima disso”, projetou o técnico.

No revezamento 4x200 metros livre, Murilo foi responsável por fechar a participação brasileira e por recuperar a liderança. Ele caiu na piscina mais de 1 segundo atrás da equipe espanhola e garantiu a vitória verde e amarela, sendo também o mais rápido dos integrantes do quarteto brasileiro. Fechou com a marca de 1min48s37, enquanto Breno Correia fez 1min50s78, Fernando Scheffer cravou 1min50s24 e Leonardo Coelho Santos alcançou 1min53s56. O tempo total da equipe foi 7min22s95. Vale lembrar que, desde 2015, quando tinha 13 anos, até 2019, Murilo baixou o tempo em quase 9 segundos nessa prova, na qual o Brasil conseguiu a vaga olímpica no ano passado com o time formado por Fernando Scheffer, Breno Correia, Luiz Altamir e João de Lucca. “Tudo indica que ele pode chegar sim. A evolução, a vontade e tudo aquilo que ele está apresentando o colocam como um forte candidato para compor essa equipe em 2021. A definição vai ser também na seletiva olímpica do ano que vem. Queremos chegar bem forte lá”, diz Carmonez.

Para isso, é claro que a dupla (nadador e treinador) sabe que precisa melhorar. “A estratégia que tentamos fazer foi passar um pouco mais forte, que é o que queremos fazer sempre. Nesse torneio senti que consegui passar bem e ter uma boa volta”, disse Murilo Sartori em entrevista à CBDA (Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos). “Essa é uma característica que ele tem há bastante tempo. Nossa ideia é fazer um trabalho nesse início de prova em cima da força e da velocidade para que ele possa fazer uma passagem mais rápida, com menos gasto energético, sem comprometer o final de prova dele”, analisou Cremonez.

Na prova dos 400 metros estilo livre, o nadador nascido em Americana (interior de São Paulo) atingiu a marca de 3min52s53: “A prova foi muito boa. Dentro da estratégia que estabelecemos. Agora é voltar para Rio Maior [cidade onde a seleção está concentrada] e acertar o que tiver para acertar”, disse Murilo à CBDA.

“Acredito muito nessa prova do Murilo. Ainda não conseguimos encaixar uma prova perfeita nesses 400 metros. Sempre tem alguns detalhes que o afastam do ideal. Mas faço questão de bater nessas teclas, para que a prova possa sair da melhor forma na hora certa”, declarou Cremonez.

No revezamento 4x100 metros o atleta completou sua participação com o tempo de 50s18. Com tempo total de 3min18s59, o quarteto vencedor também contou com Breno Correia (50s06), Pedro Spajari (49s19) e Marco Antonio Ferreira Junior (49s16). “Foi a primeira participação dele no revezamento absoluto, isso lembrando que o Murilo é júnior. Muito legal nadar ao lado desses caras que foram recordistas mundiais há poucos anos. É inspirador demais”, diz o treinador.

O Open de Loulé foi o primeiro torneio do jovem brasileiro após o início da pandemia do novo coronavírus (covid-19). O evento reuniu 32 espanhóis, 29 portugueses, 14 brasileiros, dois argelinos e dois representantes de Andorra. A equipe nacional finalizou a competição com 18 dos melhores tempos (vencendo 10 provas, conseguindo sete pratas e ficando com um bronze). Agora, Murilo e o time brasileiro voltam ao CT de Rio Maior para dar prosseguimento a Missão Europa até o dia 29 de agosto.