Famílias lamentam prejuízos após chuva em Taboão da Serra

Publicado em 20/03/2015 - 14:30 Por Fernanda Cruz - Repórter da Agência Brasil - São Paulo

Moradores e comerciantes da cidade de Taboão da Serra, na Grande São Paulo, reclamam dos prejuízos provocados pela enchente de ontem (19). A chuva atingiu imóveis próximos a um córrego que deságua no piscinão do Pirajuçara. O aposentado José Fonseca da Silva, de 69 anos, foi levado pela enxurrada e continua desaparecido.

Hoje (20) de manhã, moradores das ruas Santa Luiza, Getúlio Vargas e José Soares de Azevedo tentavam limpar as casas e retirar móveis e eletrodomésticos destruídos pela água. A Defesa Civil do município interditou dois imóveis. Agentes de saúde aplicaram vacinas contra difteria e tétano e orientaram as pessoas sobre leptospirose.

Na casa do desempregado Gustavo Augusto Tessiture, de 20 anos, o nível da água chegou a 1,5 metro. “Em frações de segundo, a água subiu. Foi desesperador.” Ele contou que mora com o avô, justamente para protegê-lo das enchentes, que, segundo ele, são comuns na região. “Tive de subir com ele para o andar de cima. Agora, não sei por onde começar. É desanimador, mas a vida em primeiro lugar. O resto a gente conquista.”

Dono de uma papelaraia, Izelso Menegusso, de 55 anos, disse que convive com o problema há 17 anos. “A gente já perdeu tudo aqui cinco vezes. Na última, no dia 12 de dezembro, não deu tempo de colocar as comportas e perdemos as máquinas copiadoras. Um prejuízo de R$ 150 mil.”

No início da tarde, os bombeiros ainda buscavam pelo aposentado José Fonseca da Silva, que desapareceu após ser arrastado pela enxurrada. O filho dele, Alessandro Fonseca da Silva, de 42 anos, informou que o pai acompanhou a mulher na fisioterapia e desapareceu enquanto a aguardava. “Minha mãe me ligou avisando que não estava encontrando meu pai. Pela televisão, vi a imagem do carro dele sendo virado."

Vera Lúcia Cardoso de Campos, aposentada de 66 anos, mora às margens do córrego desde a década de 70. Ela perdeu as contas de quantas enchentes vivenciou. “Tivemos três enchentes só este ano. Uma em janeiro, outra em fevereiro e esta agora. Na primeira, demorou três dias para o governo nos socorrer. Na segunda, dois dias. Ontem, vieram só por causa da mídia. Liguei para todas as televisões.”

Edição: Armando Cardoso

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