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Cardozo quer análise do contrato de empresa que forneceu monitores de TV na Copa

Marcelo Brandão – Repórter da Agência Brasil
Publicado em 23/03/2015 - 20:28
Brasília

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, determinou a análise do contrato com a empresa alemã Bilfinger e no procedimento licitatório da compra de monitores para os centros integrados de Comando e Controle utilizados na Copa do Mundo. Além disso, o ministério pediu que a Corregedoria-Geral da União (CGU) faça auditoria nos contratos relacionados à compra. A Bilfinger também deverá apresentar elementos que apontem irregularidades nos contratos.

De acordo com o Ministério da Justiça, o contrato com a Helmut Mauell, representante da Bilfinger no Brasil, para aquisição dos monitores (video-wall) para os centros de Comando e Controle, foi firmado no valor de R$ 24,3 milhões. A pasta informou ainda que a empresa vencedora ofereceu “preço inferior a 46% do valor obtido à época em pesquisa de mercado”.

O ministério explicou, em nota à imprensa, que a empresa vencedora foi objeto de auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU) e que nenhuma ilegalidade foi encontrada. O órgão anunciou que o chefe da Secretaria Extraordinária de Segurança para Grandes Eventos, Andrei Rodrigues, pediu que a Polícia Federal abra inquérito para investigar o caso.

A determinação do ministro ocorreu ontem (22). No mesmo dia, a Bilfinger divulgou nota informando que havia recebido “informações internas” sobre a suspeita de pagamento de propina de funcionários vinculados à empresa Helmut Mauell a funcionários públicos e empregados de estatais brasileiras. As informações, segundo a empresa, foram obtidas ainda em 2014.

A empresa alemã contratou serviços de auditoria e, segundo ela, as suspeitas já foram comprovadas, mas não se sabe ainda quem pagou e recebeu a propina. “Como primeiro passo, a Bilfinger encomendou aos auditores da Ernst & Young uma abrangente checagem de dados na Alemanha e no Brasil e, posteriormente, aos auditores Deloitte e de um escritório de advocacia especializada no Brasil para maior esclarecimento do incidente. As suspeitas já foram comprovadas. O inquérito, no entanto, ainda não está completo. Isso também se aplica à questão de [verificar] a quem e em que quantidade os pagamentos foram feitos”, explica a empresa, na nota.

Os centros integrados de Comando e Controle foram implantados no Brasil para monitoramento de agentes de segurança pública durante a Copa do Mundo, em cada uma das cidades-sede do torneio. A utilização das instalações, no entanto, foi ampliada pelo Ministério da Justiça. Agora, elas devem ser um dos fatores do processo de integração permanente das polícias, de acordo com a expectativa do ministério.