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Internacional

Venezuela qualifica de "manobra midiática" ação de senadores brasileiros

O governo de Nicolás Maduro alega que os parlamentares pretendiam
Iolando Lourenço - Repórter da Agência Brasil
Publicado em 20/06/2015 - 12:23
Brasília
O Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro após a segunda sessão de trabalho da reunião do BRICS (José Cruz/Agência Brasil)
© José Cruz/Agência Brasil

O governo venezuelano rechaçou, em nota oficial, o que chamou de “manobra midiática”, as tentativas de grupos de direita nacional e internacional que tentaram "construir à base de mentiras" os episódios envolvendo a visita de uma comissão de senadores brasileiros. Segundo a nota, “os senadores chegaram ao país com o único propósito de desestabilizar a democracia venezuelana, gerar confusão e conflito entre os países irmãos [Brasil e Venezuela]”.

Nicolás Maduro

Na nota, o governo de Nicolás Maduro reitera parceria com o BrasilArquivo Agência Brasil Soares

Segundo o governo de Nicolás Maduro, entre as mentiras estão a de que o governo teria negado permissão de sobrevoo para a delegação brasileira, antes mesmo dela apresentar formalmente qualquer explicação. A nota também desmente que o governo teria obstruído a estrada principal que liga o aeroporto a cidade de Caracas. A versão do Executivo venezuelano é de que um acidente com uma carreta com produtos inflamáveis teria impedido o trânsito livre de veículos. Também foi rebatida a alegação de que a segurança e a integridade dos senadores estavam sob riscos.

De acordo com o governo, em nenhum momento a segurança e a integridade dos senadores do Brasil foi posta em risco. Na nota, o governo afirma dispor de vídeos e fotografias que mostram a interação dos senadores com os ativistas políticos que se encontravam em campanha eleitoral para as eleições deste ano, no país. A alegação é de que havia um efetivo de segurança com batedores, patrulhas que acompanharam durante todo o tempo o grupo de brasileiros.

Na nota, o governo da Venezuela reitera os seus laços de amizade e cooperação com base no respeito mútuo, na não ingerência nos assuntos internos dos Estados e na autodeterminação dos povos com o Brasil.  As autoridades do país destacam o “compromisso inabalável” em manter esses compromissos “acima de qualquer manobra divisionista” adotado contra a Venezuela.

Entrevista com os senadores brasileiros que foram hostilidade na Venezuela, quando pretendiam visitar presos políticos de oposição ao governo de Nicolás Maduro (Antonio Cruz/Agência Brasil)

Senadores brasileiros que foram visitar presos políticos de oposição ao governo de Nicolás MaduroAntonio Cruz/ Agência Brasil

Na quinta-feira (18), uma missão oficial do Senado, composta de oitos senadores de oposição no Brasil foi a Venezuela para verificar as condições em que se encontram os presos que são opositores ao regime do governo de Nicolás Maduro. Os senadores alegam que foram impedidos de visitar as pessoas e que estavam cumprindo o dever constitucional de fiscalizar a aplicação da legislação brasileira. A alegação é que, quando o Brasil assinou o tratado do Mercosul, a cláusula de exigência da democracia pelos membros passou a compor a legislação brasileira e deve ter sua obediência cobrada pelo país em relação aos demais membros do bloco.

Integravam a missão oficial os senadores tucanos Aécio Neves (MG), Aloysio Nunes Ferreira (SP) e Cássio Cunha Lima (PB), além de Ronaldo Caiado (DEM-GO), Ricardo Ferraço (PMDB-ES), José Agripino Maia (DEM-RN), Sérgio Petecão (PSD-TO) e José Medeiros (PPS-MT).