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Internacional

Assembleia venezuelana aprova acordo de anulação do decreto da Constituinte

O deputado Omar Barboza destacou que a Constituinte deve ser submetida
Da Agência EFE
Publicado em 10/05/2017 - 07:09
Caracas
epa05090732 A general view of the National Assembly session in Caracas, Venezuela, 06 January 2016. After their emphatic victory in the 06 December parliamentary elections in Venezuela, the opponents of the socialist government took power on 05 January in the National Assembly. In a turbulent inaugural session, the deputies took their oaths, leaving President Nicolas Maduro's socialists out of the majority in the parliament for the first time in 16 years.  EPA/MIGUEL GUTIERREZ
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Assembleia Nacional da Venezuela

Assembleia Nacional da VenezuelaEPA/Miguel Gutierrez/Agência Lusa

A Assembleia Nacional da Venezuela, controlada pela oposição, aprovou nessa terça-feira (9) um acordo sobre a "inconstitucionalidade e nulidade" do decreto com o qual o presidente Nicolás Maduro convocou uma Assembleia Nacional Constituinte. O acordo foi aprovado durante debate, do qual participaram somente os deputados opositores. A informação é da Agência EFE.

O acordo foi apresentado pelo deputado Omar Barboza, que destacou que a Constituinte deve ser submetida primeiro a um referendo para consultar o povo venezuelano sobre a necessidade do processo.

Barboza disse que, embora nos artigos da Constituição sobre a Constituinte não seja mencionada a realização de referendo, a Carta Magna deve ser interpretada "integralmente". Lembrou que nela está esabelecido que se deve recorrer a esse mecanismo, "inclusive para assuntos de interesse paroquial". Segundo ele, como estabelece o Artigo 348 da Constituição, a convocação deve ser feita pelo povo venezuelano.

Os deputados opositores também pediram ao Poder Eleitoral, que recebeu na quarta-feira passada (3) a convocação de Maduro, "respeito à soberania popular e à Constituição". Eles consideram que esse poder deve abster-se de "dar curso a essa convocação inconstitucional".

No acordo, os parlamentares decidiram denunciar à Defensoria do Povo, ao Ministério Público e a alguns organismos internacionais, como a Organização das Nações Unidas (ONU) e a Organização dos Estados Americanos (OEA), "a violação dos direitos políticos" dos venezuelanos.

Os deputados consideram que essa convocação do governo serve para ganhar tempo, não realizar eleições e estabelecer uma Assembleia Constituinte "tutelada".

A iniciativa de Maduro de modificar a Constituição surge em meio aos protestos antigovernamentais, iniciados há mais de um mês, e que, em algumas ocasiões, geraram incidentes violentos, deixando 37 mortos e centenas de feridos.