Trump ameaça Arábia Saudita com "punição severa"

Publicado em 13/10/2018 - 13:53 Por Agência EFE - Washington

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, alertou neste sábado (13) que haverá "severa punição" caso fique provado que a Arábia Saudita está por trás do desaparecimento do jornalista saudita Jamal Khashoggi.

"Vamos chegar ao fundo do assunto e haverá uma punição severa", afirmou Trump no trecho de uma entrevista à emissora CBS que será exibida neste domingo.

Na entrevista, o presidente norte-americano considera que a Arábia Saudita pode ser responsável pelo desaparecimento de Khashoggi, colunista do jornal The Washington Post.

Donald Trump
O presidente norte-americano, Donald Trump - Jim Lo Scalzo/EFE/Direitos Reservados

"Está sendo investigado, está sendo analisado com muito esforço. Se for isso mesmo, ficaremos muito irritados. Por enquanto, eles o negam veementemente. Podem ser eles? Sim", declarou.

Trump disse à CBS que seu genro, Jared Kushner, conversou nesta semana sobre o assunto com o príncipe herdeiro saudita, Mohammed bin Salman, que negou qualquer responsabilidade.

"Eles negam. Negam de qualquer forma que você possa imaginar. Mas, em um futuro não muito distante, acredito que teremos uma resposta", disse sem dar mais detalhes sobre o rumo da investigação ou suas conversas com a Arábia Saudita, um tradicional aliado dos EUA no Oriente Médio.

O presidente, muito crítico em relação à imprensa americana, considerou que o assunto é especialmente grave porque se trata de um jornalista.

"Talvez porque era um repórter, acho que por isso há muito em jogo aqui. É algo que vai surpreender quando eu disser, mas há algo muito terrível e asqueroso sobre isso, se esse for o caso. Vamos ter que ver", afirmou.

Khashoggi foi visto pela última vez com vida no dia 2 deste mês, quando entrou no consulado saudita em Istambul para buscar documentos que precisava para se casar com a namorada turca, que ficou esperando fora do edifício.

O jornalista, antes próximo à monarquia saudita, se distanciou dela ultimamente, quando o atual príncipe herdeiro, Mohammed bin Salman, ascendeu a posições de poder.

Segundo o The Washington Post, o governo turco teria informado às autoridades dos EUA que tinha gravações de vídeo e áudio que provariam que o jornalista foi assassinado no consulado.

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