Comandante russo admite que situação é "tensa" para forças na Ucrânia
O novo comandante das forças russas na Ucrânia fez um raro reconhecimento das pressões sofridas pelas ofensivas ucranianas para retomar áreas do Sul e do Leste, que Moscou afirma ter anexado há apenas algumas semanas.
Em outro sinal de preocupação da Rússia com a situação no campo de batalha, oito meses após a invasão, o chefe da região estratégica de Kherson, no Sul, designado pelo Kremlin, anunciou nessa terça-feira (18) um "deslocamento organizado e gradual" de civis de quatro cidades no Rio Dnipro.
As forças russas em Kherson foram repelidas em 20 quilômetros (km) ou 30 km nas últimas semanas e correm o risco de ficar travadas contra a margem ocidental do Rio Dnipro, que corta a Ucrânia.
"A situação na área da 'operação militar especial' pode ser descrita como tensa", disse Sergei Surovikin, general da Força Aérea russa nomeado este mês para assumir o comando, ao canal de notícias estatal Rossiya 24.
Sobre Kherson, Surovikin declarou: "A situação nessa área é difícil. O inimigo está atacando deliberadamente a infraestrutura e os edifícios residenciais em Kherson".
Tanto a Ucrânia quanto a Rússia negam atacar civis, embora Kiev tenha acusado as forças de Moscou de crimes de guerra.
O presidente russo, Vladimir Putin, determinou o que chama de "operação militar especial" em 24 de fevereiro. Disse que queria garantir a segurança russa e proteger os russos na Ucrânia.
A Ucrânia e seus aliados acusam Moscou de guerra não provocada para tomar território.
As posições das tropas russas em Kupiansk e Lyman, no Leste da Ucrânia, e na área entre Mykolaiv e Kryvyi Rih, na província de Kherson, foram citadas por Surovikin entre as que estão sob ataque contínuo.
Para ele, há o perigo de as forças ucranianas avançarem em direção à cidade de Kherson, que fica perto da foz do Dnipro, na margem oeste. É difícil para a Rússia reabastecer a partir do Leste, porque a ponte principal sobre o Dnipro foi seriamente danificada por bombardeio ucraniano.
A Rússia capturou a cidade em grande parte, sem oposição, nos primeiros dias da invasão, e continua sendo a única grande cidade ucraniana que as forças de Moscou tomaram intacta.
Kherson é uma das quatro províncias ucranianas parcialmente ocupadas que a Rússia afirma ter anexado e a mais importante estrategicamente. Controla a única rota terrestre para a península da Crimeia, que a Rússia apreendeu em 2014, e a foz do Rio Dnipro.
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