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Internacional

Norte-americanos libertados pela Venezuela chegam ao Texas

Libertação foi feita em troca de prisioneiro aliado de Maduro
Marianna Parraga, Mayela Armas e Trevor Hunnicutt - Repórteres da Reuters
Publicada em 21/12/2023 - 09:06
Caracas e Washington
Prisioneiros norte-americanos libertados pela Venezuela posam para foto em base aérea em San Antonio, no Estado norte-americano do Texas
20/12/2023 REUTERS/Kaylee Greenlee Beal
© REUTERS/Kaylee Greenlee Beal
Reuters

Norte-americanos libertados pelo governo do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, em uma troca de prisioneiros com os Estados Unidos (EUA), desembarcaram em uma base militar em San Antonio, no Texas. 

Os indivíduos foram libertados nessa quarta-feira em troca da libertação pelos EUA de um aliado de Maduro, o empresário colombiano Alex Saab, que recebeu clemência do presidente Joe Biden e retornou à Venezuela. Maduro também concordou em libertar da prisão pelo menos 20 prisioneiros ligados à oposição.

Os promotores norte-americanos acusaram Saab de desviar cerca de US$ 350 milhões da Venezuela por meio dos Estados Unidos, em esquema que envolvia o suborno de autoridades do governo venezuelano. Ele nega a acusação.

Como parte do acordo, todos os seis norte-americanos classificados pelos EUA como injustamente detidos na Venezuela foram libertados, juntamente com mais quatro norte-americanos. Testemunha da Reuters viu seis detentos, incluindo um em maca, descerem de um avião na Base Conjunta de San Antonio.

Savoi Wright, que teria sido preso em outubro, disse a um jornalista quando aterrissou que temeu por sua vida em alguns momentos, enquanto em outros recebia bons cuidados.

"Eu não sabia se conseguiria sair", disse ele.

A Venezuela também devolveu separadamente aos Estados Unidos o fugitivo empresário malaio Leonard Glenn Francis, conhecido como "Fat Leonard", que está envolvido em um caso de suborno da Marinha dos EUA, disseram as autoridades.

O acordo, resultado de meses de negociações mediadas pelo Catar entre a Venezuela, membro da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), e os Estados Unidos, ocorreu depois que a Casa Branca disse que precisaria ver progresso na libertação de prisioneiros para continuar com o alívio das sanções impostas a Caracas.

O alívio das sanções foi divulgado em outubro, em resposta a um acordo do governo venezuelano para realizar eleições justas em 2024.

Embora as libertações possam ser vistas como um passo de Maduro para atender às exigências dos EUA, o retorno de Saab marca uma vitória para Maduro. Saab ainda não havia sido condenado e seu retorno à Venezuela era visto anteriormente como improvável.

Washington havia dado ao governo venezuelano prazo até 30 de novembro para progredir na remoção das proibições de cargos públicos impostas aos candidatos da oposição e começar a libertar prisioneiros políticos e norte-americanos "detidos injustamente", a fim de evitar o restabelecimento das sanções.

A Venezuela está permitindo que os candidatos da oposição recorram de suas proibições, mas não havia feito muito progresso na libertação de prisioneiros antes desta semana.

Biden disse aos repórteres que viajavam com ele em Milwaukee que ainda não havia conversado com Maduro. "Estabelecemos requisitos específicos para uma eleição democrática. Ele concordou com todos eles", afirmou.

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