Guterres condena "impunidade quase total" que impede resolver guerras
O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, lamentou nesta quarta-feira (28) a "impunidade quase total" que existe no mundo, em que as potências se neutralizam, impedindo que a comunidade internacional consiga resolver as várias guerras.
Em entrevista em Díli, após encontro com o presidente do Timor-Leste, José Ramos-Horta, Guterres afirmou que "ninguém hoje tem respeito por ninguém e por nada, não há respeito pela carta das Nações Unidas, não há respeito pela lei internacional e também não há respeito pelas potências".
Segundo o secretário, essa impunidade faz com que continuem guerras como a do Sudão, Oriente Médio, da República Democrática do Congo ou Myanmar (antiga Birmânia), em que a "comunidade internacional se tem mostrado impotente" para resolver.
Guterres defendeu, por isso, reformas "absolutamente essenciais" das instituições multilaterais para que seja possível garantir o respeito pela Carta das Nações Unidas e pela lei internacional.
O secretário-geral da ONU chegou hoje a Díli para uma visita oficial de três dias, no âmbito das comemorações dos 25 anos do referendo que levou à restauração da independência do Timor-Leste. Ele considerou que as divisões geopolíticas que existem no mundo não permitiriam repetir em outros conflitos a unanimidade que se conseguiu junto à comunidade internacional para a intervenção das Nações Unidas no país.
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