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Internacional

Mais de um milhão de jovens alistaram-se no exército norte-coreano

Tensão com a vizinha Coreia do Sul aumenta
Agência Lusa
Publicado em 16/10/2024 - 12:53
Seul
Young people, including students and youth league officials, sign petitions to join or return to the army this week, according to North Korean state media, at an undisclosed location in North Korea, in this undated photo released by North Korea's official Korean Central News Agency October 16, 2024.     KCNA via Reuters/Proibida reprodução
© KCNA via Reuters/Proibida reprodução
Lusa

A Coreia do Norte afirmou nesta quarta-feira (16) que mais de um milhão de jovens se alistaram no exército nesta última semana, depois de Pyongyang acusar Seul de enviar drones para território norte-coreano e ameaçar retaliar.

"Milhões de jovens juntaram-se à luta nacional para eliminar a escória da República da Coreia que cometeu uma grave provocação ao violar a soberania da República Popular Democrática da Coreia através da infiltração de um drone", escreveu a agência de notícias oficial norte-coreana KCNA, referindo-se aos dois países pelos nomes oficiais.

De acordo com a KCNA, mais de 1,4 milhão de jovens, incluindo estudantes e líderes de ligas juvenis, voluntariaram-se na segunda (14) e na terça-feira (15) para se juntarem ao Exército Popular da Coreia.

A Coreia do Norte, onde o longo serviço militar é obrigatório para todos os homens, registrou no passado ondas maciças de alistamento patriótico durante períodos de grande tensão com a Coreia do Sul ou com os Estados Unidos.

Entenda

O regime norte-coreano queixou-se do envio de vários drones, desde outubro, que teriam lançado, sobre a capital Pyongyang, panfletos de propaganda com "rumores inflamatórios e disparates".

O país responsabilizou seu vizinho ao Sul pelas ações e avisou que o envio de mais um drone será considerado "uma declaração de guerra".

No domingo (13), o governo norte-coreano disse ter ordenado a oito brigadas de artilharia para estarem "totalmente preparadas para abrir fogo", além de ter reforçado os postos de observação aérea em Pyongyang.

O Ministro da Defesa sul-coreano, Kim Yong-hyun, negou qualquer envolvimento. No entanto, o Estado-Maior Conjunto da Coreia do Sul (JCS) disse que "não podia confirmar se as alegações norte-coreanas eram verdadeiras ou não".

O envio poderia ter partido de grupos sul-coreanos que habitualmente enviam propaganda e cédulas de dólar para o Norte, normalmente em balões, mas por vezes em pequenos drones difíceis de detectar pelas defesas aéreas do Norte e do Sul, indicaram observadores.

As autoridades da província de Gyeonggi, que faz fronteira com a Coreia do Norte, vão designar as cidades fronteiriças de Yeoncheon, Gimpo e Paju "como zonas especiais de perigo onde qualquer pessoa que tente enviar panfletos para o Norte pode ser investigada criminalmente", disse um funcionário à agência de notícias France-Presse.

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